Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
armada, o grande objetivo era recuperar a Terra. Dona Rosenilda confirma esse conflito em sua
entrevista e também apresenta em sua fala a resistência das lideranças.
Da mesma forma o Sr. Flavio Terena afirma com toda convicção que “o índio é da
Terra, nos pertencemos a ela, tudo que nós temos adquirimos é nosso, nos temos que ter orgulho
de ser indígena, nascer índio viver e morrer índio...” (Flávio Terena, Aldeinha).
EDUCAÇÃO NA ALDEINHA: O ÍNDIO / O INDÍGENA NA ESCOLA
Entende-se nesse processo que a liderança teve e tem um papel fundamental para a
educação nas aldeias, os Terena dialogam com seus pares e com os não indígenas, estabelecendo
alianças com lideres políticos para a construção da escola, por exemplo, pois havia a
necessidade de um local para a comunidade usar, então foram muitas idas e vindas, com
negociações até o projeto ser aprovado.
Em 2001 foi solicitada a construção da escola pelo Cacique Flávio, mas somente
com o inicio da obra no ano de 2004 a educação escolar neste espaço foi sendo construída por
meio de muitas reinvindicações da liderança.
O processo de educação escolar indígena na Aldeinha também passou por um longo
processo de construção e com o crescimento do número de indígenas também foi aumentando
a necessidade de um lugar para acolher as crianças no período em que seus pais trabalhavam:
O Projeto Pedagógico 15 da Escola Estadual Indígena Guilhermina da Silva narra a
seguinte história:
“No dia 11 de março de 1992 “foi instalado a pré-escola no barracão da igreja
Assembléia de Deus, na residência do Sr. Daniel Jorge, com a presença do Sr. José
Godim Lins Neto, procurador educacional da FUNAI, e a professora Ozaida de
Oliveira e Lino Luis, chefe de posto”. E no primeiro dia de aula, as crianças tiveram
o lanche e materiais escolares provenientes da FUNAI, após o procurador educacional
e professores estiveram comunicando a prefeitura municipal sobre a abertura da préescola
exclusiva para as crianças indígenas; Mas as instalações eram inadequadas,
pois as mesas eram o banco e as crianças ficavam ajoelhadas para escrever em seus
cadernos, este fato perdurou por dois anos, tendo como corpo docente Profª. Ozaida
de Oliveira Luiz, Valdir João, como merendeiras voluntárias: Ivanir Nimbú e .
Margarida Pereira. E após o Sr Valdir João assumir o Posto da FUNAI, assumiu como
professora a Srª Dóris Paulo. No ano de 1993 com apoio do delegado da FUNAI
Raimundo Nonato Rosa é que conseguiram trazer o primeiro beneficio para a
15
O Projeto Político Pedagógico foi concluído no ano de 2015.