EXAME Moz 86
Edição de Março da EXAME, com tema de capa sobre a CTA, dossier sobre a nova lei laboral e um especial inovação com ênfase, nesta edição, na importância do ensino para a promoção da inovação
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ECONOMIA UNIÃO AFRICANA
STR
sário para a paz e segurança da UA, disse
durante a cimeira que o terrorismo está
a atingir vários países “e a avançar para
outras regiões”, apontando como exemplo
o Norte de Moçambique. Tal como Ramaphosa,
o comissário apontou assim, também,
para a necessidade de “uma cimeira
extraordinária da UA, em Maio, na África
do Sul, para analisar as raízes dos problemas,
país a país, para encontrar soluções”.
Chergui referiu que a organização poderia
ajudar Moçambique “com partilha de
informação, fornecimento de equipamento
e treino de soldados moçambicanos”.
A UA poderia também ajudar Moçambique
a compreender o fenómeno terrorista de
forma a “responder holisticamente”, disse.
LÍDERES AFRICANOS: Vão pôr em prática o Acordo de Livre Comércio no continente
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Será que África deve mendigar por
causa das alterações climáticas? Não,
não deve, foi a resposta imediata do
presidente do Banco Africano de
Desenvolvimento (BAD), Akinwumi
Adesina, considerando que os países
mais poluidores devem também
suportar a factura. Em entrevista à
agência Associated Press à margem
da cimeira da União Africana, Adesina
vincou que os países mais poluidores
“têm de pagar” e defendeu que
o financiamento prometido a África
pelas consequências das alterações
climáticas “tem de ser posto em cima
da mesa”. A população do continente
— 1,2 mil milhões de africanos — é a
que mais vai sofrer com o aquecimento
global. Isto apesar de serem os
que menos contribuem e os que estão
mais mal equipados para lidar com os
efeitos, dizem os estudos, que apontam
para ciclones cada vez mais fortes
devido ao aquecimento das águas
do oceano Índico.
“Tem de haver justiça climatérica”,
defendeu o presidente do BAD, acrescentando
que 40% do aumento do
financiamento, de 12,5 mil milhões de
dólares para 25 mil milhões de dólares,
já é para a adaptação ao clima.
Para Akinwumi Adesina, “o continente
africano não devia estar numa situação
em que está a mendigar”, porque
não se lida “com as mudanças climáticas
simplesmente falando sobre elas”.
DEPOIS DAS PALAVRAS,
QUAIS OS ACTOS?
O Instituto de Estudos de Segurança (ISS),
organização independente de análise, reviu
as posições assumidas e declarações feitas
durante a cimeira da UA, concluindo que
a organização “reconheceu finalmente” a
ameaça terrorista no Norte de Moçambique.
No entanto, o ISS está pessimista: refere
que o tema pode ficar fora da agenda oficial
da organização. Um funcionário da UA,
citado pelo instituto depois de participar
em discussões à porta fechada sobre paz e
segurança, disse que “apesar de Moçambique
reconhecer que precisa de assistência,
a situação dificilmente chegará à agenda
oficial do Conselho de Paz e Segurança
(CPS) da UA em breve”. Moçambique
passa a integrar o conselho em Abril, por
um mandato de dois anos, e “no passado
os membros têm sido avessos a ver a situação
do seu próprio país apresentada pelo
conselho”, sublinhou. Tais discussões precisariam
também da aprovação da Comunidade
para o Desenvolvimento da África
Austral (SADC), disse o oficial. O ISS nota
que a África do Sul, sem ser membro do
CPS, mas como presidente da UA, pode
colocar questões na agenda.
O maior desafio para Moçambique e para
a UA “é a falta de informação sobre quem
é exactamente responsável pelos ataques”
— que já afectaram 156 400 pessoas com
perda de bens ou obrigadas a abandonar
casa e terras em busca de locais seguros,
26 | Exame Moçambique