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EXAME Moz 86

Edição de Março da EXAME, com tema de capa sobre a CTA, dossier sobre a nova lei laboral e um especial inovação com ênfase, nesta edição, na importância do ensino para a promoção da inovação

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LEI LABORAL:

Na agenda do Executivo,

parceiros sociais e juristas

Fonte do novo Ministério do

Trabalho e Segurança Social

refere que o governo recém-

-empossado decidiu reabrir as

discussões sobre a revisão do Lei

do Trabalho, visando o aperfeiçoamento

do documento. “Uma vez que se está a iniciar

um novo ciclo de governação, julgamos

oportuno colher mais sensibilidades

sobre o processo de revisão em curso da

Lei do Trabalho”, afirmou a fonte. Nesse

sentido, prosseguiu, já foram auscultados

os principais sindicatos e a CTA e mais

reuniões com as partes interessadas irão

suceder-se.

“Podemos não ter uma revisão perfeita,

mas queremos uma revisão o mais harmoniosa

possível, porque a Lei do Trabalho

não é para o governo, é para os trabalhadores,

patronato, economia e sociedade

em geral”, destacou. A fonte assinalou

que o novo ciclo de debates sobre a alteração

pontual do diploma cumpre uma

recomendação da anterior Assembleia

da República, que aconselhou no sentido

do enriquecimento do texto. “Durante

as audições feitas em sede de comissão

especializada na AR, houve inquietações

O GOVERNO

RECÉM-EMPOSSADO

DECIDIU REABRIR AS

DISCUSSÕES SOBRE

A REVISÃO DO LEI

DO TRABALHO

à volta da proposta de revisão e foi vista

a necessidade de mais discussões”, afirmou.

O governo pretende que o processo

termine ao longo deste ano, acrescentou.

Na sequência da formação do novo

governo moçambicano, o Presidente da

República, Filipe Nyusi, decidiu reestruturar

o Ministério do Trabalho, Emprego

e Segurança Social, criando no seu lugar o

Ministério do Trabalho e Segurança Social.

A vertente do emprego passa para outro

gabinete: foi criada a Secretaria de Estado

da Juventude e Emprego, dirigida por

Osvaldo Petersburgo, que foi vice-ministro

do Trabalho e Segurança Social no mandato

de 2015-2020. Filipe Nyusi já tinha

sinalizado no seu discurso de tomada de

posse, a 15 de Janeiro, que o emprego para

os jovens seria uma prioridade.

A nova ministra do Trabalho e Segurança

Social passa a ser Margarida Talapa,

antiga chefe da bancada da Frente de

Libertação de Moçambique (FRELIMO)

na Assembleia da República. Talapa substitui

no cargo Vitória Diogo, que ocupou

a pasta nos últimos cinco anos e que foi

nomeada secretária de Estado na província

de Maputo.

O QUE CONSTA NA PROPOSTA

Entre as mudanças de fundo que constam

no texto depositado pelo Executivo

moçambicano no Parlamento, avulta a

imposição de duas renovações nos contratos

com trabalhadores estrangeiros para

um máximo de seis anos, o alargamento

da licença de maternidade de 60 para

90 dias no sector privado, em linha com

o que já acontece no aparelho do Estado,

e de paternidade, de um dia para sete

dias a cada dois anos. A limitação para

as empresas da celebração de contratos

de trabalho a termo certo aos primeiros

oito anos de actividade, introdução do

pluriemprego, teletrabalho, aumento da

idade mínima para o trabalho de 15 para

18 anos (mantendo os 15 anos para casos

excepcionais e mediante autorização do

representante legal), bem como a proibição

de revistas intrusivas para efeitos de

segurança, são outras das mexidas prevista

na Lei do Trabalho. É também alargado

o leque de parentes cujo falecimento dá

direito a cinco dias de faltas justificadas,

passando a incluir também a madrasta,

sogros, genros e nora.

O governo moçambicano não tem dúvidas

sobre o imperativo da revisão, defendendo

que as transformações ocorridas

desde 2007, ano em que foi aprovada a

norma em vigor, justificam mudanças

“pontuais”. “Esta Lei [do Trabalho] está

em vigor há mais de dez anos e há necessidade

premente de ajustá-la ao actual

estado de desenvolvimento económico e

social”, disse a então ministra do Traba-

março 2020 | 39

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