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EXAME Moz 86

Edição de Março da EXAME, com tema de capa sobre a CTA, dossier sobre a nova lei laboral e um especial inovação com ênfase, nesta edição, na importância do ensino para a promoção da inovação

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influência da Escola de Chicago, liderada

por Milton Friedman, onde pontificaram

nomes como Eugene Fama,

Richard Posner e Robert Bork. A crença

de que a intervenção estatal sempre termina

mal e de que a desregulamentação

seria positiva levou, por exemplo,

à liberalização do sector financeiro e à

grande crise de 2007 e 2008.

Ao contrário da regulação, o que se

defendia era o livre funcionamento dos

mercados: se a actividade fosse lucrativa,

sempre apareceria a competição e

o bem-estar seria maximizado. Entretanto,

como a evidência mostra, não foi

o que aconteceu. Na verdade, a situação

limite verificou-se na importância

dos gigantes da tecnologia. Como disse

Tepper, a grande ironia é que, sendo

contra monopólios e a concentração de

poder, Friedman e outros propugnaram

políticas que acabaram por criar todas as

condições para que tal ocorresse.

A conclusão não poderia ser outra a não

ser a necessidade de uma reforma no sentido

de injectar competição no sistema.

Mas isso ainda não sabemos como fazer.

Estamos às voltas com aquele que parece

o maior problema da economia global: a

concentração do poder económico e suas

consequências. Afinal, capitalismo sem

competição não é capitalismo. b

José Roberto Mendonça de Barros, sócio da

consultora MB Associados, foi secretário de

Política Económica do Ministério brasileiro

da Fazenda de 1995 a 1998.

D.R.

REUTERS

GOOGLE:

A concentração

conduz a maiores lucros

na relação inversa da concentração dos

mercados, e com esta há um nítido agravamento

na distribuição do rendimento

pessoal, hoje universalmente conhecido e

debatido. Além da deterioração da classe

média, Tepper apresenta um dado que

chama a atenção: 84% de todas as acções

de empresas estão nas mãos dos 10% mais

ricos da população.

Toda essa transformação decorre do

auge e do declínio da política antimonopolista.

De facto, do final dos anos 30 ao

início dos anos 80, a política pró-competição

foi muito intensa. Em muitos casos,

não podendo comprar concorrentes, as

empresas começaram a fazer aquisições

noutras áreas, formando grandes conglomerados.

Mais recentemente, uma nova

fase de concentração veio a ocorrer e teve

como um dos seus suportes a imensa

JOHN

ROCKEFELLER:

O seu império

inspirou as leis

antitrust no início

do século XX

março 2020 | 83

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