EXAME Moz 86
Edição de Março da EXAME, com tema de capa sobre a CTA, dossier sobre a nova lei laboral e um especial inovação com ênfase, nesta edição, na importância do ensino para a promoção da inovação
Edição de Março da EXAME, com tema de capa sobre a CTA, dossier sobre a nova lei laboral e um especial inovação com ênfase, nesta edição, na importância do ensino para a promoção da inovação
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terá tendência a esmorecer após as motivações
provocadas pelos impactos iniciais
das propostas de mudança”, refere.
E acrescenta: “Uma escola envolvida em
AS ESCOLAS INOVADORAS
SÃO MAIS ABERTAS
À COMUNIDADE
E AO MUNDO
ambientes tecnologicamente enriquecidos
tem de possuir um padrão de comportamento
capaz de optimizar os seus
recursos e fazer uma demonstração sistemática
do bom uso das tecnologias.
Apenas as escolas digitalmente maduras
conseguem que a tecnologia se torne cada
vez mais transparente e menos incomodativa,
sendo inserida nos processos de
trabalho de todos de uma forma natural.
O currículo é desenvolvido com TIC,
os trabalhos administrativos e de gestão
UNSPLASH
também. Isto é, estamos perante uma
escola digital.”
Ao nível do ensino superior, a nova
era da inovação anunciou-se na própria
localização e organização dos espaços
universitários. Com a nova economia surgiram
os parques científicos e tecnológicos
e neles implantaram-se as academias.
A ligação à sociedade e, em particular, à
vida empresarial, com destaque para as
empresas tecnológicas, é cada vez maior.
A participação destas escolas do ensino
superior em redes internacionais é frequente.
A ligação entre ensino, conhecimento
e iniciativa remete para o exemplo pioneiro
de Stanford, que acabou por resultar
na mítica Silicon Valley, na Califórnia,
Estados Unidos, um modelo que se multiplicou,
desde as Tecnópoles francesas
aos Innovation Clusters na Coreia do Sul,
passando pelos Innovation Districts e
Technologics Clusters nos Estados Unidos.
Jorge Audy, da Universidade Católica
do Rio Grande do Sul, Brasil, assinala
que actualmente os maiores parques tecnológicos
do mundo localizam-se na
China, Índia e Coreia do Sul, onde beneficiam
de um forte apoio dos respectivos
governos. “Temos uma nova geografia da
inovação no mundo, onde esses diferentes
ambientes de inovação determinam
o progresso das nações e apontam para
um novo futuro às sociedades onde estão
localizados. Esse novo modelo, seja qual
OS DIFERENTES AMBIENTES
DE INOVAÇÃO DETERMINAM
O PROGRESSO DAS NAÇÕES
for a sua variante de implantação, tem
o talento das pessoas como a base para
a nova economia. Talento em função do
seu conhecimento e talento empreendedor,
com capacidade para criar, inovar e
transformar o mundo em que vivemos.”
Nos países mais desenvolvidos as autoridades
põem à disposição programas destinados
a financiar o apoio à inovação.
A Comunidade Europeia, para o período
2014-2020, colocou em prática o programa
Horizonte 2020, dotado de um orçamento
superior a 77 mil milhões de euros, em
que a “excelência científica” constitui o
primeiro dos três pilares que constituem
a iniciativa, absorvendo cerca de 32%
do orçamento total. Os países que dispõem
de recursos para alterar o modelo
educativo, tornando-o mais inovador e
mais favorável à inovação, e financiar
esta mudança, levam um avanço considerável
quando o crescimento da economia
e o sucesso das empresas passou a
assentar na inovação que traz novos produtos,
novos mercados e novos modelos
de negócio. Por isso, o Banco Africano
de Desenvolvimento (BAD), como damos
conta nesta edição, centra agora as suas
perspectivas para o continente na aposta
da educação. b
março 2020 | 93