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2. EXEMPLIFICAÇÃO HISTÓRICA: NEGAÇÃO DO PECADO NO<br />
LIBERALISMO E NO SOCIALISMO<br />
Em cada uma de suas etapas, a Revolução tem procurado subestimar ou negar radicalmente o<br />
pecado.<br />
A. A conceição imaculada do indivíduo<br />
Na fase liberal e individualista, ela ensinou que o homem é dotado de uma razão infalível, de<br />
uma vontade forte e de paixões sem desregramentos. Daí uma concepção da ordem humana, em que<br />
o indivíduo, reputado um ente perfeito, era tudo, e o Estado nada, ou quase nada, um mal<br />
necessário... provisoriamente necessário, talvez. Foi o período em que se pensava que a causa única<br />
de todos os erros e crimes era a ignorância. Abrir escolas era fechar prisões. O dogma básico destas<br />
ilusões foi a conceição imaculada do indivíduo.<br />
A grande arma do liberal, para se defender contra as possíveis prepotências do Estado, e para<br />
impedir a formação de camarilhas que lhe tirassem a direção da coisa pública, eram as liberdades<br />
políticas e o sufrágio universal.<br />
B. A conceição imaculada das massas e do Estado<br />
Já no século passado, o desacerto desta concepção se tornara patente, pelo menos em parte.<br />
Mas a Revolução não recuou. Em vez de reconhecer seu erro, ela o substituiu por outro. Foi a<br />
conceição imaculada das massas e do Estado. Os indivíduos são propensos ao egoísmo e podem<br />
errar. Mas as massas acertam sempre, e jamais se deixam levar pelas paixões. Seu impecável meio<br />
de ação é o Estado. Seu infalível meio de expressão, o sufrágio universal, do qual decorrem os<br />
parlamentos impregnados de pensamento socialista, ou a vontade forte de um ditador carismático,<br />
que guia sempre as massas para a realização da vontade delas.<br />
3. A REDENÇÃO PELA CIÊNCIA E PELA TÉCNICA: A UTOPIA<br />
REVOLUCIONÁRIA<br />
De qualquer maneira, depositando toda a sua confiança no indivíduo considerado<br />
isoladamente, nas massas, ou no Estado, é no homem que a Revolução confia. Auto-suficiente pela<br />
ciência e pela técnica, pode ele resolver todos os seus problemas, eliminar a dor, a pobreza, a<br />
ignorância, a insegurança, enfim tudo aquilo a que chamamos efeito do pecado original ou atual.<br />
Um mundo em cujo seio as pátrias unificadas numa República Universal não sejam senão<br />
denominações geográficas, um mundo sem desigualdades sociais nem econômicas, dirigido pela<br />
ciência e pela técnica, pela propaganda e pela psicologia, para realizar, sem o sobrenatural, a<br />
felicidade definitiva do homem: eis a utopia para a qual a Revolução nos vai encaminhando.<br />
Nesse mundo, a Redenção de Nosso Senhor Jesus Cristo nada tem a fazer. Pois o homem terá<br />
superado o mal pela ciência e terá transformado a terra em um “céu” tecnicamente delicioso. E pelo<br />
prolongamento indefinido da vida esperará vencer um dia a morte.<br />
Capítulo XII - Caráter pacifista e antimilitarista da Revolução<br />
O exposto no capítulo anterior nos faz compreender facilmente o caráter pacifista, e portanto<br />
antimilitarista da Revolução.<br />
1. A CIÊNCIA ABOLIRÁ AS GUERRAS, AS FORÇAS ARMADAS E A<br />
POLÍCIA<br />
No paraíso técnico da Revolução, a paz tem de ser perpétua. Pois a ciência demonstra que a<br />
guerra é um mal. E a técnica consegue evitar todas as causas das guerras.<br />
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