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ponto de querer se alimentar das bolotas dos porcos que o filho pródigo caiu em si e voltou à casa<br />

paterna 52 .<br />

b. Na alma tíbia e míope que vai resvalando lentamente na rampa da Revolução, atuam<br />

ainda, não inteiramente recusados, certos fermentos sobrenaturais; há valores de tradição, de ordem,<br />

de Religião, que ainda crepitam como brasas sob a cinza. Também essas almas podem, por um<br />

sadio sobressalto, num momento de desgraça extrema, abrir os olhos e reavivar em um instante tudo<br />

quanto nelas definhava e ameaçava morrer: é o reacender-se da mecha que ainda fumega 53 .<br />

D. A plausibilidade desse “choque” em nossos dias<br />

Ora, toda a humanidade se encontra na iminência de uma catástrofe, e nisto parece estar<br />

precisamente a grande ocasião preparada pela misericórdia de Deus. Uns e outros - os da velocidade<br />

rápida ou lenta - neste terrível crepúsculo em que vivemos, podem abrir os olhos e converte-se a<br />

Deus.<br />

O contra-revolucionário deve, pois, aproveitar zelosamente o tremendo espetáculo de nossas<br />

trevas para - sem demagogia, sem exagero, mas também sem fraqueza - fazer compreender aos<br />

filhos da Revolução a linguagem dos fatos, e assim produzir neles o “flash” salvador. Apontar<br />

varonilmente os perigos de nossa situação é traço essencial de uma ação autenticamente contrarevolucionária.<br />

E. Mostrar a face total da Revolução<br />

Não se trata apenas de apontar o risco de total desaparecimento da civilização, em que nos<br />

encontramos. É preciso saber mostrar, no caos que nos envolve, a face total da Revolução, em sua<br />

imensa hediondez. Sempre que esta face se revela, aparecem surtos de vigorosa reação. É por este<br />

motivo que, por ocasião da Revolução Francesa, e no decurso do século XIX, houve na França um<br />

movimento contra-revolucionário melhor do que jamais houvera anteriormente naquele país. Nunca<br />

se vira tão bem a face da Revolução. A imensidade da voragem em que naufragara a antiga ordem<br />

de coisas tinha aberto muitos olhos, subitamente, para toda uma gama de verdades silenciadas ou<br />

negadas, ao longo de séculos, pela Revolução. Sobretudo, o espírito desta se lhes patenteara em<br />

toda a sua malícia, e em todas as suas conexões profundas com idéias e hábitos durante muito<br />

tempo reputados inocentes pela maioria das pessoas. Assim, o contra-revolucionário deve, com<br />

freqüência, desmascarar o vulto geral da Revolução, a fim de exorcizar o quebranto que esta exerce<br />

sobre suas vítimas.<br />

F. Apontar os aspectos metafísicos da Contra-Revolução<br />

A quinta-essência do espírito revolucionário consiste, como vimos, em odiar por princípio, e<br />

no plano metafísico, toda desigualdade e toda lei, especialmente a Lei Moral.<br />

Um dos pontos muito importantes do trabalho contra-revolucionário é, pois, ensinar o amor à<br />

desigualdade vista no plano metafísico, ao princípio de autoridade, e também à Lei Moral e à<br />

pureza; porque exatamente o orgulho, a revolta e a impureza são os fatores que mais impulsionam<br />

os homens na senda da Revolução 54 .<br />

G. As duas etapas da Contra-Revolução<br />

a. Obtida a radical modificação do revolucionário em contra-revolucionário, é a primeira<br />

etapa da Contra-Revolução que nele finda.<br />

52<br />

Cfr. Lc. 15, 16 a 19.<br />

53<br />

Cfr. Mt. 12, 20.<br />

54<br />

Cfr. Parte I - Cap. VII, 3.<br />

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