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prodigamente idéias contrastantes com a Verdade revelada e desde sempre ensinada; foram<br />

difundidas verdadeiras e próprias heresias, no campo dogmático e moral, criando dúvidas,<br />

confusões e rebeliões; alterou-se até a Liturgia; imersos no ‘relativismo’ intelectual e moral e por<br />

conseguinte no permissivismo, os cristãos são tentados pelo ateísmo, pelo agnosticismo, pelo<br />

iluminismo vagamente moralista, por um cristianismo sociológico, sem dogmas definidos e sem<br />

moral objetiva” (Alocução de 6-2-81 aos Religiosos e Sacerdotes participantes do I Congresso<br />

Nacional Italiano sobre o tema “Missões ao Povo para os Anos 80”, in “L’Osservatore Romano”, 7-<br />

2-81).<br />

Em sentido semelhante pronunciou-se posteriormente o Emmo. Cardeal Joseph Ratzinger,<br />

Prefeito da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé: “Os resultados que se seguiram ao<br />

Concílio parecem cruelmente opostos às expectativas de todos, a começar do papa João XXIII e<br />

depois de Paulo VI. .... Os Papas e os Padres conciliares esperavam uma nova unidade católica e,<br />

pelo contrário, se caminhou para uma dissensão que – para usar as palavras de Paulo VI –<br />

pareceu passar da autocrítica à autodemolição. Esperava-se um novo entusiasmo e, em lugar dele,<br />

acabou-se com demasiada freqüência no tédio e no desânimo. Esperava-se um salto para a frente<br />

e, em vez disso, encontramo-nos ante um processo de decadência progressiva ....”. E conclui:<br />

“Afirma-se com letras claras que uma real reforma da Igreja pressupõe um inequívoco abandono<br />

das vias erradas que levaram a conseqüências indiscutivelmente negativas” (cfr. Vittorio Messori,<br />

A coloquio con il cardinale Ratzinger, Rapporto sulla fede, Edizioni Paoline, Milano, 1985, pp. 27-<br />

28).<br />

Continuação do texto de 1976:<br />

A História narra os inúmeros dramas que a Igreja vem sofrendo nos vinte séculos de sua<br />

existência. Oposições que germinaram fora dela, e de fora mesmo tentaram destruí-la. Tumores<br />

formados dentro dela, por ela cortados, e que já então de fora para dentro tentaram destruí-la com<br />

ferocidade.<br />

- Quando, porém, viu a História, antes de nossos dias, uma tentativa de demolição da Igreja, já<br />

não mais feita por um adversário, mas qualificada de “autodemolição” em altíssimo<br />

pronunciamento de repercussão mundial? 76<br />

Daí resultou para a Igreja e para o que ainda resta de civilização cristã, uma imensa derrocada.<br />

A Ostpolitik vaticana, por exemplo, e a infiltração gigantesca do comunismo nos meios católicos,<br />

são efeitos de todas estas calamidades. E constituem outros tantos êxitos da ofensiva psicológica da<br />

III Revolução contra a Igreja.<br />

Comentário acrescentado em 1992:<br />

A Ostpolitik vaticana: efeitos também surpreendentes<br />

Hoje em dia, lendo estas linhas sobre a Ostpolitik, alguém poderia perguntar, ante a enorme<br />

transformação que houve na Rússia, se esta não resulta de uma jogada “genial” da Hierarquia<br />

eclesiástica. O Vaticano, baseado em informações do melhor quilate, teria previsto que o<br />

comunismo, corroído por crises internas, começaria por sua vez a autodemolir-se. E, para estimular<br />

o quartel-general mundial do ateísmo materialista a praticar essa autodemolição, a Igreja Católica,<br />

situada no outro extremo do panorama ideológico, teria simulado sua própria autodemolição. Com<br />

isto teria atenuado muito sensivelmente a perseguição que então sofria da parte do comunismo:<br />

entre moribundos certas conivências seriam concebíveis. A flexibilização da Igreja teria, pois,<br />

criado condições para a flexibilização do mundo comunista.<br />

Caberia responder que, se a Sagrada Hierarquia tinha noção de que o comunismo estava em<br />

condições tais de indigência e de ruína que seria obrigado a se autodemolir, ela deveria denunciar<br />

essa situação e convocar todos os povos do Ocidente a preparar as vias do que seria o saneamento<br />

da Rússia e do mundo, quando o comunismo caísse efetivamente, e não deveria calar sobre o fato<br />

76<br />

Cfr. Alocução de Paulo VI ao Seminário Lombardo, em 7/12/1968.<br />

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