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deixando que o fenômeno se produzisse à margem da influência católica e da cooperação generosa<br />

e solícita dos governos ocidentais. Pois só fazendo tal denúncia seria possível evitar que o<br />

desmoronamento soviético chegasse à situação na qual se encontra hoje, isto é, um beco sem saída,<br />

onde tudo é miséria e imbloglio.<br />

De qualquer forma, é falso que a autodemolição da Igreja tenha apressado a autodemolição do<br />

comunismo, a menos que se suponha a existência de um tratado oculto entre ambos nesse sentido –<br />

uma espécie de pacto suicida -, tratado esse, para dizer pouco, carente de legitimidade e utilidade<br />

para o mundo católico. Isto para não mencionar tudo quanto essa mera hipótese contém de ofensivo<br />

aos Papas em cujos pontificados esta dupla eutanásia se teria verificado.<br />

Continuação do texto de 1976:<br />

B. A Igreja, moderno centro de embate entre a Revolução e a Contra-<br />

Revolução<br />

Em 1959, quando escrevemos Revolução e Contra-Revolução, a Igreja era tida como a grande<br />

força espiritual contra a expansão mundial da seita comunista. Em 1976, incontáveis eclesiásticos,<br />

inclusive Bispos, figuram como cúmplices por omissão, colaboradores e até propulsores da III<br />

Revolução. O progressismo, instalado por quase toda parte, vai convertendo em lenha facilmente<br />

incendiável pelo comunismo a floresta outrora verdejante da Igreja Católica.<br />

Em uma palavra, o alcance desta transformação é tal, que não hesitamos em afirmar que o<br />

centro, o ponto mais sensível e mais verdadeiramente decisivo da luta entre a Revolução e a Contra-<br />

Revolução se deslocou da sociedade temporal para a espiritual, e passou a ser a Santa Igreja, na<br />

qual, de um lado, progressistas, criptocomunistas e pró-comunistas, e de outro lado,<br />

antiprogressistas e anticomunistas se confrontam 77 .<br />

C. Reações baseadas em “Revolução e Contra-Revolução”<br />

À vista de tantas transformações, a eficácia de Revolução e Contra-Revolução ficou anulada?<br />

- Pelo contrário.<br />

Em 1968, as TFPs até então existentes na América do Sul, inspiradas na Parte II deste ensaio -<br />

“A Contra-Revolução” - organizaram um conjunto de abaixo-assinados a Paulo VI, pedindo<br />

providências contra a infiltração esquerdista no Clero e no laicato católico da América do Sul.<br />

No seu total, esses abaixo-assinados alcançaram durante o período de 58 dias, no Brasil,<br />

Argentina, Chile e Uruguai, 2.060.368 assinaturas. Foi, até aqui, ao que nos conste, o único abaixoassinado<br />

de massa que - sobre qualquer tema - tenha englobado filhos de quatro nações da América<br />

do Sul. E em cada um dos países nos quais ele se realizou, foi - também ao que nos conste - o maior<br />

abaixo-assinado da respectiva história 78 . A resposta de Paulo VI não foi apenas o silêncio e a<br />

inação. Foi também - quanto nos dói dizê-lo - um conjunto de atos cujo efeito perdura até hoje, os<br />

quais dotam de prestígio e de facilidade de ação a muitos propulsores do esquerdismo católico.<br />

Diante desta maré montante da infiltração comunista na Santa Igreja, as TFPs e entidades<br />

afins não desanimaram. E, em 1974, cada uma delas publicou uma declaração 79 na qual exprimiam<br />

77<br />

Desde os anos 30, com o grupo que mais tarde fundou a TFP brasileira, empregamos o melhor de nosso tempo e de nossas possibilidades<br />

de ação e de luta, nas batalhas precursoras do grande prélio interior da Igreja. O primeiro lance de envergadura nessa luta foi a publicação do livro<br />

Em Defesa da Ação Católica (Editora Ave Maria, São Paulo, 1943), que denunciava o ressurgimento dos erros modernistas incubados na Ação<br />

Católica do Brasil. Cabe mencionar também nosso posterior estudo A Igreja ante a escalada da ameaça comunista - Apelo aos Bispos silenciosos<br />

(Editora Vera Cruz, São Paulo, 1976).<br />

Hoje, decorridos mais de quarenta anos, a luta está no seu clímax, e deixa prever desdobramentos de amplitude e intensidade difíceis de<br />

medir. Nesta luta sentimos com alegria a presença, nos quadros da TFP e entidades afins, de tantos novos irmãos de ideal, em mais de vinte países,<br />

nos cinco continentes. Também no campo de batalha é legítimo que os soldados do bem se digam uns aos outros: “Quam bonum et quam jucundum<br />

habitare fratres in unum” - Quão bom e quão suave é viverem os irmãos em união (Sl. 132, 1).<br />

78<br />

NOTA DA EDITORA: Posteriormente, em 1990, as TFPs então existentes, reunidas, levaram a cabo o maior abaixo-assinado da<br />

História, pela libertação da Lituânia, então sob jugo soviético, obtendo a impressionante cifra de 5.212.580 assinaturas.<br />

79<br />

NOTA DA EDITORA: Sob o título “A política de distensão do Vaticano com os governos comunistas - Para a TFP: omitir-se? ou<br />

resistir?, essa declaração - verdadeiro manifesto - foi publicada a partir de abril de 1974, sucessivamente em 57 jornais de onze países.<br />

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