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Capítulo X - A Contra-Revolução, o pecado e a Redenção<br />
1. A CONTRA-REVOLUÇÃO DEVE REAVIVAR A NOÇÃO DO BEM E DO<br />
MAL<br />
A Contra-Revolução tem, como uma de suas missões mais salientes, a de restabelecer ou<br />
reavivar a distinção entre o bem e o mal, a noção do pecado em tese, do pecado original, e do<br />
pecado atual. Essa tarefa, quando executada com uma profunda compenetração do espírito da<br />
Igreja, não traz consigo o risco de desespero da misericórdia Divina, hipocondrismo, misantropia,<br />
etc., de que tanto falam certos autores mais ou menos infiltrados pelas máximas da Revolução.<br />
2. COMO REAVIVAR A NOÇÃO DO BEM E DO MAL<br />
Pode-se reavivar a noção do bem e do mal por vários modos, entre os quais:<br />
* Evitar todas as formulações que tenham o sabor de moral leiga ou interconfessional, pois o<br />
laicismo e o interconfessionalismo conduzem, logicamente ao amoralismo.<br />
* Salientar, nas ocasiões oportunas, que Deus tem direito de ser obedecido, e que, pois, seus<br />
Mandamentos são verdadeiras leis, a que nos conformamos em espírito de obediência, e não apenas<br />
porque elas nos agradam.<br />
* Acentuar que a Lei de Deus é intrinsecamente boa e conforme à ordem do universo, na qual<br />
se espelha a perfeição do Criador. Pelo que ela deve ser não só obedecida, mas amada, e o mal deve<br />
não só ser evitado, mas odiado.<br />
* Divulgar a noção de um prêmio e de um castigo post-mortem.<br />
* Favorecer os costumes sociais e leis em que o bem seja honrado e o mal sofra sanções<br />
públicas.<br />
* Favorecer os costumes e as leis que tendam a evitar as ocasiões próximas de pecado e até<br />
mesmo aquilo que, tendo mera aparência de mal, possa ser nocivo à moralidade pública.<br />
* Insistir sobre os efeitos do pecado original no homem e a fragilidade deste, sobre a<br />
fecundidade da Redenção de Nosso Senhor Jesus Cristo, bem como sobre a necessidade da graça,<br />
da oração e da vigilância para que o homem persevere.<br />
* Aproveitar todas as ocasiões para apontar a missão da Igreja como mestra da virtude, fonte<br />
da graça, e inimiga irreconciliável do erro e do pecado.<br />
Capítulo XI - A Contra-Revolução e a sociedade temporal<br />
A Contra-Revolução e a sociedade temporal é tema já tratado a fundo, de ângulos diversos,<br />
em muitas obras de valor. Não podendo abarcá-lo todo, o presente trabalho se cinge a dar os<br />
princípios mais gerais de uma ordem temporal contra-revolucionária 56 e a estudar as relações entre<br />
a Contra-Revolução e algumas das organizações mais importantes que lutam por uma boa ordem<br />
temporal.<br />
1. A CONTRA-REVOLUÇÃO E AS ENTIDADES DE CARÁTER SOCIAL<br />
Na sociedade temporal, agem numerosos organismos destinados a resolver a questão social<br />
tendo em vista, direta ou indiretamente o mesmo fim supremo da Contra-Revolução, a instauração<br />
do Reinado de Nosso Senhor Jesus Cristo. Dada esta comunidade de fins 57 , importa estudar as<br />
relações entre a Contra-Revolução e aqueles organismos.<br />
56<br />
Cfr. especialmente Parte I - Cap. VII, 2.<br />
57<br />
Cfr. Parte II - Cap. XII, 7.<br />
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