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2. A CONTRA-REVOLUÇÃO É CONSERVADORA<br />

A Contra-Revolução é conservadora? Em um sentido, sim, e profundamente. E em outro<br />

sentido, não, também profundamente.<br />

Se se trata de conservar, do presente, algo que é bom e merece viver, a Contra-Revolução é<br />

conservadora.<br />

Mas se se trata de perpetuar a situação híbrida em que nos encontramos, de sustar o processo<br />

revolucionário nesta etapa, mantendo-nos imóveis como uma estátua de sal, à margem do caminho<br />

da História e do Tempo, abraçados ao que há de bom e de mau em nosso século, procurando assim<br />

uma coexistência perpétua e harmônica do bem e do mal, a Contra-Revolução não é nem pode ser<br />

conservadora.<br />

3. A CONTRA-REVOLUÇÃO É CONDIÇÃO ESSENCIAL DO VERDADEIRO<br />

PROGRESSO<br />

A Contra-Revolução é progressista? Sim, se o progresso for autêntico. E não, se for a marcha<br />

para a realização da utopia revolucionária.<br />

Em seu aspecto material, consiste o verdadeiro progresso no reto aproveitamento das forças<br />

da natureza, segundo a Lei de Deus e a serviço do homem. Por isso, a Contra-Revolução não pactua<br />

com o tecnicismo hipertrofiado de hoje, com a adoração das novidades, das velocidades e das<br />

máquinas, nem com a deplorável tendência a organizar more mechanico a sociedade humana. Estes<br />

são excessos que Pio XII condenou com profundidade e precisão 42 .<br />

E nem é o progresso material de um povo o elemento capital do progresso cristãmente<br />

entendido. Consiste este, sobretudo, no pleno desenvolvimento de todas as suas potências de alma, e<br />

na ascensão dos homens rumo à perfeição moral. Uma concepção contra-revolucionária do<br />

progresso importa, pois, na prevalência dos aspectos espirituais deste sobre os aspectos materiais.<br />

Em conseqüência, é próprio à Contra-Revolução promover, entre os indivíduos e as multidões, um<br />

apreço muito maior por tudo quanto diz respeito à Religião verdadeira, à verdadeira filosofia, à<br />

verdadeira arte e à verdadeira literatura, do que pelo que se relaciona com o bem do corpo e o<br />

aproveitamento da matéria.<br />

Por fim, para demarcar a diferença entre os conceitos revolucionário e contra-revolucionário<br />

de progresso, importa notar que o último toma em consideração que este mundo será sempre um<br />

vale de lágrimas e uma passagem para o Céu, ao passo que para o primeiro o progresso deve fazer<br />

da terra um paraíso no qual o homem viva feliz, sem cogitar da eternidade.<br />

Pela própria noção de reto progresso, vê-se que este tem por contrário o progresso da<br />

Revolução.<br />

Assim, a Contra-Revolução é condição essencial para que seja preservado o desenvolvimento<br />

normal do verdadeiro progresso, e derrotada a utopia revolucionaria, que de progresso só tem<br />

aparências falaciosas.<br />

Capítulo IV - O que é um contra-revolucionário?<br />

Pode-se responder à pergunta em epígrafe de duas maneiras:<br />

1. EM ESTADO ATUAL<br />

Em estado atual, contra-revolucionário é quem:<br />

- Conhece a Revolução, a ordem e a Contra-Revolução em seu espírito, suas doutrinas, seus<br />

métodos respectivos.<br />

42<br />

Cfr. Radiomensagem de Natal de 1957 – Discorsi e Radiomessaggi, vol. XIX, p. 670.<br />

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