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2. EM RELAÇÃO AO CONTRA-REVOLUCIONÁRIO POTENCIAL<br />

Os contra-revolucionários devem apresentar a Revolução e a Contra Revolução em todos os<br />

seus aspectos, religioso, político, social, econômico, cultural, artístico, etc. Pois os contrarevolucionários<br />

potenciais as vêem em geral por alguma faceta particular apenas, e por esta podem<br />

e devem ser atraídos para a visão total de uma e de outra. Um contra-revolucionário que<br />

argumentasse apenas em um plano, o político, por exemplo, limitaria muito seu campo de atração,<br />

expondo sua ação à esterilidade, e, pois, à decadência e à morte.<br />

3. EM RELAÇÃO AO REVOLUCIONÁRIO<br />

A. A iniciativa contra-revolucionária<br />

Em face da Revolução e da Contra-Revolução não há neutros. Pode haver, isto sim, não<br />

combatentes, cuja vontade ou cujas veleidades estão, porém, conscientemente ou não em um dos<br />

dois campos. Por revolucionários entendemos, pois, não só os partidários integrais e declarados da<br />

Revolução, como também os “semicontra-revolucionários”.<br />

A Revolução tem progredido, como vimos, à custa de ocultar seu vulto total, seu espírito<br />

verdadeiro, seus fins últimos.<br />

O meio mais eficiente de refutá-la junto aos revolucionários consiste em mostrá-la inteira,<br />

quer em seu espírito e nas grandes linhas de sua ação, quer em cada uma de suas manifestações ou<br />

manobras aparentemente inocentes e insignificantes. Arrancar-lhe, assim, os véus é desferir-lhe o<br />

mais duro dos golpes.<br />

Por esta razão, o esforço contra-revolucionário deve entregar-se a esta tarefa com o maior<br />

empenho.<br />

Secundariamente, é claro, os outros recursos de uma boa dialética são indispensáveis para o<br />

êxito de uma ação contra-revolucionária.<br />

Com o “semicontra-revolucionário”, como aliás também com o revolucionário que tem<br />

“coágulos” contra-revolucionários, há certas possibilidades de colaboração, e esta colaboração cria<br />

um problema especial: até que ponto é ela prudente? A nosso ver, a luta contra a Revolução só se<br />

desenvolve convenientemente ligando entre si pessoas radical e inteiramente isentas do vírus desta.<br />

Que os grupos contra-revolucionários possam colaborar com elementos como os acima<br />

mencionados, em alguns objetivos concretos, facilmente se concebe. Mas, admitir uma colaboração<br />

onímoda e estável com pessoas infectadas de qualquer influência da Revolução é a mais flagrante<br />

das imprudências e a causa, talvez, da maior parte dos malogros contra-revolucionários.<br />

B. A contra-ofensiva revolucionária<br />

O revolucionário, em via de regra, é petulante, verboso e afeito à exibição, quando não tem<br />

adversários diante de si, ou os tem fracos. Contudo, se encontra quem o enfrente com ufania e<br />

arrojo, ele se cala e organiza a campanha de silêncio. Um silêncio em meio ao qual se percebe o<br />

discreto zumbir da calúnia, ou algum murmúrio contra o “excesso de lógica” do adversário, sim.<br />

Mas um silêncio confuso e envergonhado que jamais é entrecortado por alguma réplica de valor.<br />

Diante desse silêncio de confusão e derrota, poderíamos dizer ao contra-revolucionário vitorioso as<br />

palavras espirituosas escritas por Veuillot em outra ocasião: “Interrogai o silêncio, e ele nada vos<br />

responderá” 45 .<br />

4. ELITES E MASSAS NA TÁTICA CONTRA-REVOLUCIONÁRIA<br />

A Contra-Revolução deve procurar, quanto possível, conquistar as multidões. Entretanto, não<br />

deve fazer disso, no plano imediato, seu objetivo principal, e um contra-revolucionário não tem<br />

45<br />

Oeuvres Complètes, P. Lethielleux Librairie-Editeur, Paris, vol. XXXIII, p. 349.<br />

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