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lutavam contra insetos e aves, sua obra poderia ser considerada pastoral, ou seja, própria de bons e<br />

fiéis pastores?<br />

Em outros termos, atuaram como verdadeiros Pastores aqueles que, no Concílio Vaticano II,<br />

quiseram espantar os adversários minores, e impuseram livre curso - pelo silêncio - a favor do<br />

adversário maior?<br />

Com táticas aggiornate - das quais, aliás, o mínimo que se pode dizer é que são contestáveis<br />

no plano teórico e se vêm mostrando ruinosas na prática - o Concílio Vaticano II tentou afugentar,<br />

digamos, abelhas, vespas e aves de rapina. Seu silêncio sobre o comunismo deixou aos lobos toda a<br />

liberdade. A obra desse Concílio não pode estar inscrita, enquanto efetivamente pastoral, nem na<br />

História, nem no Livro da Vida.<br />

É penoso dizê-lo. Mas a evidência dos fatos aponta, neste sentido, o Concílio Vaticano II<br />

como uma das maiores calamidades, se não a maior, da História da Igreja 75 . A partir dele penetrou<br />

na Igreja, em proporções impensáveis, a “fumaça de Satanás”, que se vai dilatando dia a dia mais,<br />

com a terrível força de expansão dos gases. Para escândalo de incontáveis almas, o Corpo Místico<br />

de Cristo entrou no sinistro processo da como que autodemolição.<br />

Comentário acrescentado em 1992:<br />

Surpreendentes calamidades na fase pós-conciliar da Igreja<br />

Sobre as calamidades na fase pós-conciliar da Igreja, é de fundamental importância o<br />

depoimento histórico de Paulo VI na Alocução “Resistite fortes in fide”, de 29 de junho de 1972,<br />

que citamos aqui na versão da Poliglotta Vaticana: “Referindo-se à situação da Igreja de hoje, o<br />

Santo Padre afirma ter a sensação de que ‘por alguma fissura tenha entrado a fumaça de Satanás<br />

no templo de Deus’. Há – transcreve a Poliglotta – a dúvida, a incerteza, o complexo dos<br />

problemas, a inquietação, a insatisfação, o confronto. Não se confia mais na Igreja; confia-se no<br />

primeiro profeta profano [estranho à Igreja] que nos venha falar, por meio de algum jornal ou<br />

movimento social, a fim de correr atrás dele e perguntar-lhe se tem a fórmula da verdadeira vida.<br />

E não nos damos conta de já a possuirmos e sermos mestres dela. Entrou a dúvida em nossas<br />

consciências, e entrou por janelas que deviam estar abertas à luz. ....<br />

“Também na Igreja reina este estado de incerteza. Acreditava-se que, depois do Concílio,<br />

viria um dia ensolarado para a História da Igreja. Veio, pelo contrário, um dia cheio de nuvens, de<br />

tempestade, de escuridão, de indagação, de incerteza. Pregamos o ecumenismo, e nos afastamos<br />

sempre mais uns dos outros. Procuramos cavar abismos em vez de soterrá-los.<br />

“Como aconteceu isto? O Papa confia aos presentes um pensamento seu: o de que tenha<br />

havido a intervenção de um poder adverso. Seu nome é diabo, este misterioso ser a que também<br />

alude São Pedro em sua Epístola” (cfr. Insegnamenti di Paolo VI, Tipografia Poliglotta Vaticana,<br />

vol. X, pp. 707-709).<br />

Alguns anos antes, o mesmo Pontífice, na Alocução aos alunos do Seminário Lombardo, no<br />

dia 7 de dezembro de 1968, havia afirmado que “a Igreja atravessa hoje um momento de<br />

inquietação. Alguns praticam a autocrítica, dir-se-ia até a autodemolição. É como uma<br />

perturbação interior, aguda e complexa, que ninguém teria esperado depois do Concílio. Pensavase<br />

num florescimento, numa expansão serena dos conceitos amadurecidos na grande assembléia<br />

conciliar. Há ainda este aspecto na Igreja, o do florescimento. Mas, posto que ‘bonum ex integra<br />

causa, malum ex quocumque defectu’, fixa-se a atenção mais especialmente sobre o aspecto<br />

doloroso. A Igreja é golpeada também pelos que dEla fazem parte” (cfr. Insegnamenti di Paolo VI,<br />

Tipografia Poliglotta Vaticana, vol. VI, p. 1188).<br />

Sua Santidade João Paulo II traçou também um panorama sombrio da situação da Igreja: “É<br />

necessário admitir realisticamente e com profunda e sentida sensibilidade que os cristãos hoje, em<br />

grande parte, sentem-se perdidos, confusos, perplexos e até desiludidos: foram divulgadas<br />

75<br />

Cfr. Sermão de Paulo VI, de 29/6/1972.<br />

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