25.08.2015 Views

VIAGENS NA MINHA TERRA

Viagens na minha terra - Luso Livros

Viagens na minha terra - Luso Livros

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

e ia formar-se em leis, quando Fr. Dinis da Cruz começou de novo afrequentar a casa que Dinis de Ataíde tinha abandonado.Sobre esse a inspeção do frade era minuciosa, vigilante, inquieta. Os livros queele lia, os amigos com quem vivia, as ideias que abraçava, as inclinações paraque pendia — de tudo se ocupava Fr. Dinis, tudo lhe dava preocupação. A elediretamente pouco lhe dizia, mas com a avó tinha longas conferências a esserespeito.Ultimamente parecia satisfazer-se com o jeito que o mancebo indicava tomar.— «É temente a Deus, não tem o ânimo cobiçoso nem servil, não éhipócrita, a mania do liberalismo não o mordeu ainda... há de ser um homemde préstimo»: dizia o frade a D. Francisca com verdadeira satisfação einteresse.Passara porém do seu meio o memorável ano de 1830, e Carlos, que seformara no princípio daquele Verão, tinha ficado por Coimbra e por Lisboa, esó por fins de Agosto voltara para a sua família. E veio triste, melancólico,pensativo, inteiramente outro do que sempre fora, porque era de génio alegree naturalmente amigo de folgar, o mancebo.O dia em que ele chegou era uma sexta-feira, dia de Fr. Dinis vir ao vale.Passaram as primeiras saudações e abraços, ficaram sós os dois, e: — «Nãogosto de te ver»: disse o frade.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!