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VIAGENS NA MINHA TERRA

Viagens na minha terra - Luso Livros

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esses cruzeiros de Portugal, a recordar memórias de que se não lavrou outroauto, não se escreveu outra escritura, de que não há outro documento, e queos frades croniqueiros não julgaram dever escrever no livro de terça ou denoa, em nenhum livro preto nem encarnado, porque o tinham por melhorescrito e mais bem guardado nos livros de pedra em que estava.Coitados! não contaram com os aperfeiçoadores, reparadores, fomentadores edemolidores das futuras civilizações que, para pôr as coisas em ordem, tiramprimeiro tudo do seu lugar.A câmara de Santarém, não podendo demolir o arco, tomou um meio termoque aposto que ninguém é capaz de adivinhar. Aforou a capela por cima dele,com altar, com santos e tudo: e assim esteve aforada alguns anos, não sei paraquê nem porquê; o caso é que esteve.O ano passado porém (1842) começou a manifestar-se esta reação religiosaque os especuladores quiseram logo converter em ganância pessoal,descontando-a no mercado das agiotagens facciosas; mas perdem o seutempo, ainda bem! Veio, digo, esta reação nas ideias das gentes; e a capela daSenhora da Vitória sobre o arco, não sei também como nem porquê, foidesaforada, e restituída ao culto popular.Subimos a ver a capela por dentro: é uma reconstrução ridícula e miserável,sem nenhuma da solenidade do antigo, nem elegância moderna alguma.

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