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VIAGENS NA MINHA TERRA

Viagens na minha terra - Luso Livros

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Nota do Autor: Estes versos são uma espécie de paródia dos famosos fragmentos de Alceu,de que só existe memória nos escólios que nos conservou Eustátio. Nas «Flores sem Fruto»,pág. 56, vem a tradução daquele belo fragmento._______Não: plantai batatas, ó geração de vapor e de pó de pedra, macadamizaiestradas, fazei caminhos de ferro, construí passarolas de Ícaro, para andar aqual mais depressa, estas horas contadas de uma vida toda material, maçuda egrossa como tendes feito esta que Deus nos deu tão diferente do que a hojevivemos. Andai, ganha-pães, andai; reduzi tudo a cifras, todas asconsiderações deste mundo a equações de interesse corporal, comprai, vendei,agiotai. — No fundo de tudo isto, o que lucrou a espécie humana? Que hámais umas poucas de dúzias de homens ricos. E eu pergunto aos economistaspolíticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que éforçoso condenar à miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização,à infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta,para produzir um rico? — Que lho digam no Parlamento inglês, onde, depoisde tantas comissões de inquérito,(*) já deve de andar orçado o número dealmas que é preciso vender ao Diabo, o número de corpos que se têm deentregar antes do tempo ao cemitério para fazer um tecelão rico e fidalgo

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