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VIAGENS NA MINHA TERRA

Viagens na minha terra - Luso Livros

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pretos, azuis, verdes... Os de Joaninha enfim... todas estas feições, confusas eindistintas mas de estremada beleza todas, lhe passavam diante da vista, etodas o enfeitiçavam. O desgraçado... — Porque não hei de eu dizer averdade? — o desgraçado era poeta.Ainda assim! não me esconjurem já o rapaz... Poeta, entendamo-nos; não éque fizesse versos: nessa não caiu ele nunca, mas tinha aquele fino sentimentode arte, aquele sexto sentido do belo, do ideal que só têm certas organizaçõesprivilegiadas de que se fazem os poetas e os artistas.Eis aqui um fragmento das suas aspirações poéticas. Vejam as amáveis leitorasque não têm metro, nem rima — nem razão... Mas enfim versos não são.«Olhos verdes!...«Joaninha tem os olhos verdes...«Não se reflete neles a pura luz do céu, como nos olhos azuis.«Nem o fogo — e o fumo das paixões, como nos pretos.«Mas o viço do prado, a frescura e animação do bosque, a flutuação e atransparência do mar...«Tudo está naqueles olhos verdes.«Joaninha, porque tens tu os olhos verdes?

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