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VIAGENS NA MINHA TERRA

Viagens na minha terra - Luso Livros

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Oh! que existências que eram aquelas quatro! Esse frade, essa velha e essasduas crianças! E a maior parte da gente que é gente vive assim... E querem,querem-na assim mesmo, a vida, têm-lhe apego! Oh que enigma é o homem!Tornou a passar outra semana, e o frade tornou a vir no prazo costumado, elevou a resposta da carta — resposta que Joaninha só escreveu e só viu — edirigiu-a em Lisboa pela via segura que indicara.Soube-se que fora entregue; mas semanas e semanas decorreram, os mesespassaram de ano... e outra carta não veio.No entretanto a guerra civil progredia; e depois das suas tremendas peripécias,o grande drama da Restauração chegava rapidamente ao fim. Eram meados doano de 33, a operação do Algarve sucedera milagrosamente aosconstitucionais, a esquadra de D. Miguel fora tomada, Lisboa estava em poderdeles. Os tardios e inúteis esforços dos realistas para retomar a capital tinhamocupado o resto do Verão. Já Outubro se descoroava dos seus últimos frutos,e as folhas começavam a empalidecer e a cair, quando uma sexta-feira, ao pôrdo Sol, Fr. Dinis aparecia no vale mais curvado e mais trémulo que nunca.Vinha do exército realista que então cercava Lisboa.Joaninha não era ali, a velha estava só.— «Que nos traz, padre?» clamou ela mal que o sentiu: «Soube dele? Temescapado a estas desgraças, a esses combates mortais?»

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