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VIAGENS NA MINHA TERRA

Viagens na minha terra - Luso Livros

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Achei-me só, não sei o que pensei nem se pensei. Sentia-me aturdido dacabeça, exausto do coração — numa depressão de espírito que tocava naestupidez. Se me apontassem uma pistola aos peitos, não levantava o braçopara a arredar... Já não sentia pena nem desejo. Parecia-me que começava amorrer; e não achava que morrer custasse muito.Neste estado fiquei não sei que tempo; muito não foi. Percebi que se abria aporta, não tive força para levantar os olhos. Até que senti uma doce e queridamão na minha... era Júlia... e era Laura também... santo Deus! que estavam aopé de mim ambas.Júlia tinha a minha mão na sua; e Laura encostada ao ombro da irmã, deixavacair sobre mim aqueles olhos em que a severidade habitual se tinha relaxadonuma indulgência tão doce, numa compaixão tão celeste que, juro por Deus,naquela hora acreditei firmemente que tinha diante de mim dois anjos os seus, baixados nas asas da piedade divina para me trazer todo o perdão, toda amisericórdia do céu à minha alma.Como te direi eu, Joana, querida Joaninha, como te direi a ti que me amas, a tique eu amo — porque te amo, e Deus me castigue que deve! cegamente teamo com este infame e abominável coração que Ele me deu — como te heide eu dizer a ti, e para quê, as palavras que ali dissemos, os protestos que alifiz, os juramentos que ali se deram, as promessas que ali foram trocadas?

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