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ENTREVISTA Fábio Ulhoa Coelho e o novo Código ComerCial ...

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44 Fórum jurídico<br />

entrevista<br />

Então, na verdade, por que os<br />

produtos ou serviços são mais<br />

caros no Brasil do que exterior?<br />

É uma questão muito fácil de<br />

entender, todo empresário pensa<br />

da seguinte forma: “O meu<br />

retorno tem que ser proporcional<br />

ao meu risco”, ou seja,<br />

quanto maior o risco, maior<br />

o retorno. Então se eu, como<br />

empresário, estou fazendo negócio<br />

em um país que possui<br />

risco jurídico, eu tenho que ter<br />

um retorno maior do meu investimento<br />

para que o meu lucro<br />

não seja comprometido por<br />

decisões que se afastam da letra<br />

da lei. É esse risco jurídico que<br />

o <strong>novo</strong> <strong>Código</strong> Comercial vai<br />

ajudar a reduzir e que, portanto,<br />

possibilitará que os empresários<br />

invistam aqui no Brasil atrás de<br />

retornos menores e praticando<br />

preços mais baixos pelos produtos<br />

ou serviços.<br />

O projeto tem como uma de<br />

suas bases a formalização dos<br />

princípios gerais do Direito<br />

Comercial. Isso não poderia<br />

gerar um engessamento do<br />

Direito Comercial?<br />

Não. Essa é uma crítica que<br />

também foi feita: que o Direito<br />

Comercial, sendo um ramo tão<br />

dinâmico, não poderia hoje ser<br />

codificado. A codificação po-<br />

<strong>Fábio</strong> <strong>Ulhoa</strong> <strong>Coelho</strong><br />

‘<br />

Um <strong>Código</strong><br />

Comercial<br />

autônomo<br />

ajuda a<br />

fomentar a<br />

lógica própria<br />

da relação<br />

empresarial,<br />

para que,<br />

quando o juiz<br />

julgar essas<br />

questões, esteja<br />

ciente de suas<br />

características e<br />

peculiaridades.<br />

deria gerar um engessamento.<br />

Essa crítica é infundada, porque<br />

o processo legislativo, para mudar<br />

qualquer norma legal, é rigorosamente<br />

o mesmo, estando<br />

a norma em um código ou em<br />

uma lei ordinária. Estando em<br />

um ou outro e sendo necessário<br />

mudar porque a dinâmica<br />

dos negócios está exigindo que<br />

mude, o processo legislativo será<br />

igual; não haverá mais dificuldade<br />

de ajustar a norma à realidade<br />

porque ela está em um código e<br />

não em uma lei não codificada.<br />

O senhor acredita que a elaboração<br />

do <strong>novo</strong> <strong>Código</strong> Comercial<br />

pode ajudar o contínuo<br />

crescimento do Brasil?<br />

Sem dúvida nenhuma. Eu tenho<br />

uma reflexão marxista sobre<br />

como funciona a sociedade.<br />

Eu acho que, com ou sem<br />

o <strong>novo</strong> <strong>Código</strong> Comercial, o<br />

Direito Comercial brasileiro<br />

vai mudar por força da realidade<br />

econômica diferente que<br />

nós estamos vivendo. Com o<br />

<strong>novo</strong> <strong>Código</strong> Comercial essa<br />

mudança será mais rápida e<br />

benéfica para todos nós, será<br />

uma mudança sob controle,<br />

uma mudança administrada.<br />

Sem o <strong>Código</strong> Comercial<br />

essa mudança ocorrerá em<br />

um prazo maior, a um custo

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