ENTREVISTA Fábio Ulhoa Coelho e o novo Código ComerCial ...
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(ELSA) e direciona-se a disputas atinentes à Organização<br />
Mundial de Comércio.<br />
Já o “Concours d’Arbitrage International de<br />
Paris” e a Competição Brasileira de Arbitragem,<br />
como se depreende dos próprios nomes, envolvem<br />
especificamente a arbitragem como método<br />
de resolução de conflitos.<br />
O primeiro, criado em 2005, é organizado pela<br />
Faculdade de Direito da “Sciences Po” e realiza-se<br />
em Paris, enquanto a Competição Brasileira de Arbitragem,<br />
criada em 2010, resultou de uma iniciativa<br />
da Camarb (Câmara de Arbitragem Empresarial -<br />
Brasil) e realiza-se em Belo Horizonte - MG, reunindo<br />
estudantes de diversos estados brasileiros.<br />
Todas essas competições mantêm a estrutura<br />
desenhada pela Universidade Pace, contemplando<br />
uma fase escrita e outra oral. O “ELSA Moot<br />
Court Competition” tem uma fase de qualificação<br />
regional, enquanto o “Willem C. Vis International<br />
Arbitration Moot” recebe todas as equipes em Viena<br />
para a fase oral, sem qualquer pré-requisito.<br />
Inicialmente, com a entrega do caso às equipes,<br />
estas devem elaborar um memorial em<br />
nome de cada parte do conflito, requerente e requerido.<br />
Neste momento, as equipes se reúnem<br />
para discutir o problema, seus anexos e traçar a<br />
estratégia a ser esboçada em cada memorial. Para<br />
tanto, exige-se intensa pesquisa e foco, uma vez<br />
que alcançar um texto satisfatório e coeso em<br />
equipe é sempre um desafio.<br />
Com a conclusão dos memoriais, inicia-se a<br />
preparação para a fase oral. Nesta etapa há uma<br />
efetiva simulação de um tribunal arbitral, de<br />
modo que duas equipes se enfrentam, expondo<br />
oralmente seus argumentos e se sujeitando a perguntas<br />
de profissionais que atuam como árbitros<br />
no painel. No “Willem C. Vis International Arbitration<br />
Moot” atuam como árbitros notáveis<br />
professores, assim como os principais árbitros profissionais<br />
em atividade na atualidade. No “ELSA<br />
Moot Court Competition”, os painéis são presi-<br />
didos por árbitros da própria OMC, funcionários<br />
desta ou das universidades participantes, isto é,<br />
sempre por profissionais especializados na área de<br />
contencioso econômico internacional.<br />
É neste modelo que reside o diferencial dessas<br />
competições. Por terem de elaborar memoriais para<br />
as duas partes envolvidas no conflito, as equipes têm<br />
a possibilidade de analisar os pontos frágeis dos dois<br />
lados e trabalhar com maior profundidade tanto<br />
para fortalecê-los, como para identificar as fraquezas<br />
do discurso da equipe concorrente. Arguir o<br />
caso de ambas as partes é um exercício que normalmente<br />
o aluno de direito não exercita durante seus<br />
estudos acadêmicos e auxilia no desenvolvimento<br />
de uma lógica e de um raciocínio que se mostram<br />
valiosos na vida profissional do advogado.<br />
todas essas competições mantêm<br />
a estrutura desenhada pela<br />
universidade Pace, contemplando<br />
uma fase escrita e outra oral<br />
Como se não bastasse, há ainda a oportunidade<br />
de desenvolver o debate oral, que é muito pouco<br />
estimulado nas universidades. O debate é interessante,<br />
pois além de envolver equipes que dominam<br />
profundamente o caso e suas minúcias, conta com<br />
a presença de profissionais atuantes na área, que por<br />
conhecerem a fundo as matérias abordadas, podem<br />
avaliar com extremo rigor a atuação das equipes.<br />
Sem prejuízo dos aspectos mencionados, outro<br />
ponto importante é a assessoria dada por advogados<br />
formados, normalmente atuantes no ramo de arbitragem,<br />
defesa comercial ou comércio exterior, que<br />
atuam como coordenadores das equipes. Estes profissionais<br />
se propõem a analisar o problema com os<br />
estudantes, debater os pontos e auxiliar com material<br />
para pesquisa e com o preparo para a competição.<br />
Fórum jurídico<br />
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