Prosa - Academia Brasileira de Letras
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Arnaldo Niskier<br />
foi muito bem adaptada para o cinema, com muitos efeitos especiais, valorizando<br />
o trabalho que José Sarney teve para produzir o livro: foram três anos<br />
<strong>de</strong> pesquisas sobre o dia a dia, os modismos, os folclores, os anseios, a linguagem<br />
e a vida dos pescadores. O filme foi realizado entre 2001 e 2004, quando<br />
entrou em circuito nacional.<br />
A participação dos atores também foi fundamental para que o resultado<br />
final fosse o melhor possível: Jackson Costa, Daniela Escobar, Regiane Alves,<br />
Paula Franco, Samara Felippo e Pepita Rodrigues. Esta última, por exemplo,<br />
que no filme interpreta a feiticeira Geminiana, assim se expressou em <strong>de</strong>poimento<br />
à imprensa: “Amei o texto, amei o livro. É um autor maravilhoso. Fiquei<br />
emocionada. Me senti ignorante por não ter lido os outros livros <strong>de</strong>le”.<br />
Ferreira Gullar, outro maranhense ilustre, reconheceu a importância <strong>de</strong><br />
José Sarney para a cultura do seu estado, em recente entrevista:<br />
“Eu sou amigo <strong>de</strong> juventu<strong>de</strong> <strong>de</strong> José Sarney. Fizemos revistas literárias<br />
em São Luís do Maranhão, ele fazia uma e eu outra, com outro amigo.<br />
(...) Tenho que admitir que o Sarney salvou São Luís. Mesmo com o crescimento<br />
da economia em torno, a cida<strong>de</strong>, que é colonial, teve seu casario<br />
preservado”.<br />
Ao prefaciar o livro Tempo <strong>de</strong> Pacotilha, o Acadêmico Alberto da Costa e Silva<br />
nos faz refletir sobre o lado político e literário <strong>de</strong> José Sarney:<br />
“Para ele a política foi sempre a sua segunda vocação. Escritor antes <strong>de</strong><br />
tudo, mantém-se entranhadamente fiel à literatura e às suas admirações, a<br />
maior <strong>de</strong>las pelo Padre Antônio Vieira. Dele não se esquece jamais, como<br />
não se cansa <strong>de</strong> advertir que os países não progri<strong>de</strong>m nem enriquecem<br />
quando <strong>de</strong>scuidam da cultura”.<br />
O escritor José Louzeiro relembra em entrevista o seu início na vida jornalística<br />
no Maranhão, quando foi companheiro na redação <strong>de</strong> O Imparcial <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong>s profissionais, <strong>de</strong>ntre eles José Sarney, que também estava iniciando<br />
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