Prosa - Academia Brasileira de Letras

More documents

Recommendations

Info

Constâncio Alves * A Alberto Venancio Filho Academia comemora este ano com o brilho de sempre o Ano Joaquim Nabuco, como comemorou nos anos anteriores o Ano Euclides da Cunha e o Ano Machado de Assis, três grandes figuras da cultura brasileira que honraram esta Casa. Mas, dos 207 acadêmicos falecidos, há muitos, porém, para os quais a imortalidade foi ingrata, e hoje se encontram no esquecimento. Certa vez nesta Casa cheguei a propor a homenagem ao “acadêmico desconhecido”. Homenageio um deles na data de nascimento, ocorrida este mês, e que deve ser desconhecido da grande maioria dos acadêmicos. Ressalvo o Presidente Vilaça, ocupante da Cadeira 26, e que dele já se ocupou com a habitual proficiência. Refiro-me a Constâncio Alves, ocupante da Cadeira 26, nascido em Salvador em 1865 e falecido em 1933. Formado em Medicina pela Faculdade da Bahia, jamais exerceu a profissão, mas apresentou tese de doutoramento sobre assunto ainda * Exposição nas Efemérides da sessão de 22 de julho de 2010. Prosa 89 Ocupante da Cadeira 25 na Academia Brasileira de Letras.
Alberto Venancio Filho hoje atual, a “Cremação e inumação perante a Higiene”. Disse ele certa vez no jubileu de Miguel Couto que “aprendeu os sintomas da peste de Atenas nos sombrios versos de Lucrécio e quando precisou de informações sobre a famosa epidemia de Florença consultou o livro imorredouro de Boccaccio”. Iniciou-se no jornalismo no Diário da Bahia, na cidade natal, mas se transferiu cedo para o Rio, trabalhando inicialmente no Jornal do Brasil. Três anos depois foi convocado para o Jornal do Commercio com uma seção, inicialmente “Dia a Dia”, assinada C.A., escrevendo semanalmente. Ingressou no serviço público como funcionário da Biblioteca Nacional e alcançou a Chefia da Seção de Manuscritos. Na coluna de jornal e no serviço público exauriu a atividade intelectual até ingressar na Academia. Humberto de Campos retratou-lhe a figura com fidelidade: “pequeno, trajando o seu antiquíssimo e invariável fraque preto, um maço de jornais amarrotados debaixo do braço, as costas ligeiramente curvas, a cabeça estendida para diante, como a das tartarugas que espreitam, a marchar lentamente, a arrastar imperceptivelmente os pés, sem fazer o mais ligeiro ruído como sombras que se estampam nos muros”. Rui Barbosa, avesso aos elogios, dirá do intelectual: “tipo de qualidades generosas e brilhantes, que uma camada exterior de simplicidade e melancolia oculta aos que lhe não procurarem, sob a crosta da negligência e timidez, as riquezas escondidas”. Era, para Rui, “o escritor de raça, em quem o espírito, a distinção, o estilo, o bom senso, o tato dos mestres da prosa moderna se casam com a paciência, a curiosidade, a penetração, o indefesso labor e os hábitos meditativos de um beneditino”. E Afrânio Peixoto assim o definiu: “Constâncio Alves – perene conflito de sua timidez com o seu talento, conflito sempre indeciso, se não sempre com elas as aparências do triunfo e ele obrigado as derivações do humor – é como Machado de Assis humorista, sem infidelidade ao gênero. Prosa ou verso que escreva, sabia 90
Page 1 and 2:
Fernando Henrique Cardoso
Page 3 and 4:
Fernando Henrique Cardoso No tormen
Page 5 and 6:
Fernando Henrique Cardoso do mesmo
Page 7 and 8:
Fernando Henrique Cardoso pública
Page 9 and 10:
Fernando Henrique Cardoso recenteme
Page 11 and 12:
Fernando Henrique Cardoso teria sen
Page 13 and 14:
Fernando Henrique Cardoso de sua vi
Page 15 and 16:
Fernando Henrique Cardoso mundo? Na
Page 17 and 18:
Fernando Henrique Cardoso pela Ingl
Page 19 and 20:
Fernando Henrique Cardoso bastante
Page 21 and 22:
Fernando Henrique Cardoso aqui e al
Page 23 and 24:
Fernando Henrique Cardoso era uma r
Page 25 and 26:
Fernando Henrique Cardoso Em suma,
Page 27 and 28:
Lêdo Ivo poética do século passa
Page 29 and 30: Lêdo Ivo é um dos estilos da épo
Page 31 and 32: Lêdo Ivo autor, transmudou a asser
Page 33 and 34: Lêdo Ivo portuguesas de além-mar,
Page 35 and 36: Carlos Chagas Filho
Page 37 and 38: Ivo Pitanguy Sua trajetória como c
Page 39 and 40: Ivo Pitanguy Iniciou-se, assim, sua
Page 41 and 42: Ivo Pitanguy conflito entre Fé e C
Page 43 and 44: Celso Lafer como instrumento de aç
Page 45 and 46: Celso Lafer virtual de todas consti
Page 47 and 48: Celso Lafer 56 - IV - Rui, em sínt
Page 49 and 50: Celso Lafer de antemão sentenciado
Page 51 and 52: Celso Lafer clandestinidade do proc
Page 53 and 54: Celso Lafer mas, como aponta Jean-D
Page 55 and 56: Celso Lafer uma febre passageira”
Page 57 and 58: Celso Lafer “(...) entre seus con
Page 59 and 60: Celso Lafer _____. Discursos no Ins
Page 61 and 62: José Sarney
Page 63 and 64: Arnaldo Niskier Josué Montello, na
Page 65 and 66: Arnaldo Niskier foi muito bem adapt
Page 67 and 68: Arnaldo Niskier sendo reeleito em 2
Page 69 and 70: Arnaldo Niskier “ - Tire a roupa,
Page 71 and 72: Arnaldo Niskier Referências Anuár
Page 73 and 74: Eduardo Portella papéis intercambi
Page 75 and 76: Eduardo Portella Já no pós-guerra
Page 77 and 78: Eduardo Portella titular de um esti
Page 79: Eduardo Portella O ensaio nunca se
Page 83 and 84: Alberto Venancio Filho acompanhá-l
Page 85 and 86: Alberto Venancio Filho É estranho
Page 87 and 88: Alberto Venancio Filho escritos ass
Page 89 and 90: Alberto Venancio Filho E assinalava
Page 91 and 92: Antonio Maura Darío, ou simplesmen
Page 93 and 94: Antonio Maura juventude perdida, de
Page 95 and 96: Antonio Maura sejam ouvidas harmoni
Page 97 and 98: Maria Clara Machado
Page 99 and 100: Laura Sandroni Maria Clara foi elei
Page 101 and 102: Laura Sandroni “Foi em 1930. Eu t
Page 103 and 104: Laura Sandroni atores. No mesmo ano
Page 105 and 106: Laura Sandroni Recordo tuas crinas,
Page 107 and 108: Laura Sandroni Fru-Fru (1961), A me
Page 109 and 110: Laura Sandroni para uma das montage
Page 111 and 112: Laura Sandroni Bibliografia Maria C
Page 113 and 114: Jorge Sá Earp Antes da ducha fria
Page 115 and 116: Jorge Sá Earp Sílvia se socorria
Page 117 and 118: Jorge Sá Earp furiosa com Sílvia,
Page 119 and 120: Jorge Sá Earp - Desculpe, desculpe
Page 121 and 122: Ricardo Vieira Lima E é dessa tens
Page 123 and 124: Ricardo Vieira Lima um certo tom de
Page 125 and 126: Ricardo Vieira Lima para no final r
Page 127 and 128: Ricardo Vieira Lima “Quase uma so
Page 129 and 130: Ricardo Vieira Lima levemente erót
Page 131 and 132:
Ricardo Vieira Lima toante (heranç
Page 133 and 134:
Ricardo Vieira Lima Quero esquecê-
Page 135 and 136:
Ricardo Vieira Lima E foi lá, entr
Page 137 and 138:
Ricardo Vieira Lima às quais ningu
Page 139 and 140:
Ricardo Vieira Lima e a pompa vã d
Page 141 and 142:
Ricardo Vieira Lima Jardim, Paulo d
Page 143 and 144:
Jorge Amado
Page 145 and 146:
Marcos Santarrita Aos dezenove ou v
Page 147 and 148:
Marcos Santarrita sem entender pata
Page 149 and 150:
Marcos Santarrita Era, mas eu não
Page 151 and 152:
Marcos Santarrita - ainda na época
Page 153 and 154:
Marcos Santarrita e ela respondeu q
Page 156 and 157:
Prosa O olho de Bluteau, o de Când
Page 158 and 159:
O olho de Bluteau, o de Cândido Lu
Page 160 and 161:
Page 162 and 163:
Page 164 and 165:
Page 166 and 167:
Page 168 and 169:
Prosa Carlos Nejar: meditações so
Page 170 and 171:
Carlos Nejar: meditações sobre o
Page 172 and 173:
Pais e filhos na ordem escravocrata
Page 174 and 175:
Page 176 and 177:
Page 178 and 179:
Page 180 and 181:
Page 182 and 183:
Page 184 and 185:
Page 186 and 187:
Prosa Visita dos Acadêmicos Olavo
Page 188 and 189:
Visita dos Acadêmicos Olavo Bilac
Page 190 and 191:
Page 192 and 193:
Page 194 and 195:
Page 196 and 197:
Page 198 and 199:
Page 200 and 201:
Page 202 and 203:
Page 204 and 205:
Page 206 and 207:
show all

Prosa - Academia Brasileira de Letras

Create successful ePaper yourself

Delete template?

Save as template?