Livro ICE - Instituto de Cidadania Empresarial
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21<br />
A história não é só o que já<br />
aconteceu muito tempo atrás,<br />
mas também o que está<br />
acontecendo agora.<br />
126<br />
Vavi Pacheco Borges<br />
Um homem não toma banho<br />
duas vezes no mesmo rio.<br />
Porque da segunda vez<br />
não será o mesmo homem e<br />
nem estará se banhando<br />
no mesmo rio – ambos<br />
terão mudado.<br />
Heráclito <strong>de</strong> Éfeso<br />
(pensador grego que viveu<br />
nos anos 500 a.C.)<br />
Como vocês viram anteriormente uma pesquisa qualitativa é aquela em que os entrevistados<br />
são estimulados a pensar e falar livremente sobre algum tema. Nesse encontro estamos propondo<br />
uma pesquisa com moradores antigos para investigar aspectos da história do nosso lugar.<br />
Vocês <strong>de</strong>vem pedir autorização para gravar e até filmar esses encontros para <strong>de</strong>pois analisarem as<br />
opiniões e comentários que surgiram.<br />
Como pesquisadores que já são, <strong>de</strong>vem estar se perguntando por que investigar a história do<br />
lugar? “História” é uma palavra <strong>de</strong> origem grega que quer dizer “investigação”, “pesquisa” e<br />
“informação”. Lançar um olhar para a história significa sempre fazer as perguntas: O quê?<br />
Quando? Como? Por que? Para que? Lembre-se que a história <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong><br />
e <strong>de</strong> um país, é escrita por todos e não somente por heróis ou pessoas famosas. Todos têm a<br />
possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alterar, mesmo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> limites, a sua história pessoal, a história da comunida<strong>de</strong> e<br />
também do país. Somos, ao mesmo tempo, atores e autores da história que está sendo escrita neste<br />
momento. É a nossa ação que po<strong>de</strong> fazer uma pequena diferença no espaço que ocupamos, mas que<br />
se constitui como um primeiro passo para uma série <strong>de</strong> outras mudanças originadas por ela.<br />
Conhecer uma comunida<strong>de</strong>, como estão fazendo por meio <strong>de</strong> pesquisas, implica também saber<br />
do seu passado, pois é a partir <strong>de</strong>le e das coisas que estamos vivendo (presente) que construímos a<br />
nossa visão <strong>de</strong> futuro. A questão central <strong>de</strong>sse encontro é recuperar a memória local, por meio <strong>de</strong><br />
relatos <strong>de</strong> moradores antigos e pessoas importantes da região, que revelem acontecimentos sobre a<br />
formação da comunida<strong>de</strong> e sobre as mudanças que foram processadas. É bom lembrar que existem<br />
outras maneiras <strong>de</strong> perceber as transformações <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong>, como, por exemplo, a consulta<br />
a documentos históricos - livros, jornais, revistas e ví<strong>de</strong>os. Essas fontes complementam as histórias<br />
contadas pelos moradores antigos e po<strong>de</strong>m acrescentar outras versões ao mesmo fato.<br />
O foco <strong>de</strong>ssa pesquisa qualitativa é compreen<strong>de</strong>r o processo <strong>de</strong> transformação da comunida<strong>de</strong><br />
para perceber opções, tendências e razões que orientaram a marcha dos acontecimentos.<br />
Compreen<strong>de</strong>r o passado é uma forma <strong>de</strong> preparação para agir no presente com mais segurança e<br />
maiores chances <strong>de</strong> obter melhores resultados.<br />
Ao ouvir um relato, a postura mais a<strong>de</strong>quada é colocar-se como ouvinte <strong>de</strong>ssas pessoas, que, <strong>de</strong><br />
alguma forma, colaboraram para a história do local, dando-lhes voz e valorizando histórias e<br />
versões até então silenciadas, evitadas, esquecidas ou simplesmente <strong>de</strong>sprezadas por qualquer<br />
motivo. Não se esqueçam que ao lançarem mão <strong>de</strong> uma pesquisa qualitativa é preciso tomar mais<br />
cuidado para não emitir juízos <strong>de</strong> valor durante a entrevista, evitando exercer qualquer influência<br />
sobre as respostas e opiniões dadas.<br />
A seguir temos uma proposta <strong>de</strong> roteiro para entrevista com moradores antigos da comunida<strong>de</strong>,<br />
que obviamente <strong>de</strong>ve ser adaptada às diferentes realida<strong>de</strong>s locais, acrescentando-se questões que<br />
seu grupo consi<strong>de</strong>rar relevantes. Por se tratar <strong>de</strong> uma conversa aberta as perguntas não precisam<br />
necessariamente seguir uma or<strong>de</strong>m numérica, você po<strong>de</strong> inverter as questões <strong>de</strong> acordo com o rumo<br />
que o entrevistado for seguindo.