Livro ICE - Instituto de Cidadania Empresarial
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O que queremos compartilhar com vocês nesse encontro, é que o ato <strong>de</strong> consumir po<strong>de</strong> se<br />
transformar em um ato <strong>de</strong> cidadania. O consumo consciente é um processo <strong>de</strong> escolha ética que<br />
equilibra o consumo e a sustentabilida<strong>de</strong> social e ambiental do planeta. Ou seja, o consumidor<br />
consciente busca a harmonia entre a sua satisfação, a preservação do meio ambiente e o bem-estar<br />
social. Nas nossas opções diárias <strong>de</strong> consumo po<strong>de</strong>mos interferir na forma como as indústrias vão se<br />
preocupar com a socieda<strong>de</strong> ou a natureza. Vejamos alguns exemplos. Uma conhecida fábrica <strong>de</strong> tênis<br />
foi acusada <strong>de</strong> explorar os seus funcionários asiáticos ao fornecer péssimas condições <strong>de</strong> trabalho e<br />
baixos salários. Algumas indústrias são conhecidas por utilizar a mão <strong>de</strong> obra infantil, enquanto<br />
outras retiram predatoriamente da natureza os recursos para confeccionarem seus produtos.<br />
É por meio do não-consumo <strong>de</strong>sses produtos e da mobilização realizada por pessoas e grupos<br />
preocupados com essas questões que nos tornamos consumidores críticos.<br />
Veja as <strong>de</strong>finições sobre os tipos <strong>de</strong> consumidores que existem e se você concorda ou<br />
acrescentaria um outro tipo:<br />
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Consumo alienado: esse é o consumo que a mídia propõe: que as pessoas <strong>de</strong>vem comprar e<br />
consumir <strong>de</strong> uma forma absurda, sem ter um sentido para isso. Todos os seus gostos, suas<br />
escolhas, seus <strong>de</strong>sejos, vem <strong>de</strong> fora, são controlados por outros. Para gerar lucro, a empresa fica<br />
manipulando os <strong>de</strong>sejos das pessoas para ven<strong>de</strong>r, ven<strong>de</strong>r e ter cada vez mais lucro.<br />
Consumo compulsório: acontece quando a pessoa entra no supermercado com pouco dinheiro,<br />
tentando levar o máximo que pu<strong>de</strong>r para casa e não liga para etiquetas ou marcas: o importante<br />
é a quantida<strong>de</strong>, pois precisa atravessar o mês com aquele dinheiro. O drama do consumo<br />
compulsório é quando a pessoa não tem muitos recursos financeiros.<br />
Consumo para o bem-viver: é quando a gente escolhe o produto ou o serviço que a<br />
gente precisa, nunca pensando na mídia, na propaganda, mas para garantir o<br />
nosso bem-viver. Compra porque aquele alimento é saudável, é saboroso, porque o<br />
produto satisfaz minha necessida<strong>de</strong>, porque aquela roupa é agradável, confortável.<br />
Consumo solidário: é quando o consumo, além <strong>de</strong> garantir o bem-viver do<br />
consumidor, também garante o bem-viver do produtor. Por exemplo, se eu compro<br />
um produto <strong>de</strong> uma empresa que explora o trabalhador, <strong>de</strong>strói o meio-ambiente, eu<br />
também estou colaborando para a <strong>de</strong>struição do meio ambiente e exploração<br />
daqueles trabalhadores. Porém, se eu compro um produto <strong>de</strong> uma empresa da<br />
“economia solidária”, estou colaborando para que aquele produtor possa viver do<br />
seu trabalho, sem exploração. Pesquisar sobre economia solidária.<br />
Jornal Mundo Jovem, Ano 39, N.320, set 2000, Porto Alegre. p. 12-13<br />
“As coisas se tornam mais importantes do que as pessoas. Então se a pessoa tem aquelas roupas,<br />
aqueles relógios, aquelas coisas todas, ela tem valor. Aí se você tira aquelas coisas que ela tem, ela<br />
já não vale mais nada. Quer dizer, um relógio, um tênis, uma calça valem mais do que a pessoa.<br />
Isto é uma distorção total do que é o sentido da vida. Já não é mais a relação <strong>de</strong> pessoa-pessoa, já<br />
não é mais a tua felicida<strong>de</strong>, a tua realização humana, mas é o “ter ou não ter” uma etiqueta numa<br />
calça, num tênis que dão ou não sentido à vida.” Eucli<strong>de</strong>s André Mance<br />
Quando vai a um Shopping e é<br />
perguntado se quer alguma coisa,<br />
Frei Betto costuma respon<strong>de</strong>r que<br />
está apenas fazendo um<br />
“passeio socrático”. Segundo ele,<br />
Sócrates (470-399 a.C), costumava<br />
dizer na sua época:<br />
“Estou apenas observando para<br />
ver quanta coisa existe que eu não<br />
preciso para ser feliz”.<br />
Nenhum supermercado<br />
satisfaz meu coração<br />
Belchior<br />
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