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Livro ICE - Instituto de Cidadania Empresarial

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violência, com o tempo livre, com seus sonhos, angustias e frustrações. Só assim po<strong>de</strong>remos contribuir<br />

para que os jovens ajam e pautem suas escolhas por critérios <strong>de</strong> justiça, ética e cidadania.<br />

• Consi<strong>de</strong>rar o ponto <strong>de</strong> vista dos jovens, portanto, implica um esforço interno e uma reeducação<br />

do olhar sobre eles, evitando olhá-los a partir do que lhes falta. Para permitir que o jovem<br />

experimente outros modos <strong>de</strong> ser, é preciso, antes <strong>de</strong> qualquer coisa, experimentar diferentes<br />

modos <strong>de</strong> vê-lo, evitando que o estigma o enclausure em papéis pre<strong>de</strong>terminados — na maioria<br />

das vezes, oscilando entre os papéis <strong>de</strong> vilão e <strong>de</strong> vítima. O olhar que prioriza o que falta aos<br />

jovens aparece em falas como “eles não têm limites, não têm valores, não têm perspectivas, não<br />

têm sonhos, não têm boa auto-estima”. Esse modo <strong>de</strong> ver os jovens pressupõe um mo<strong>de</strong>lo i<strong>de</strong>al do<br />

que eles <strong>de</strong>veriam ser, raramente coincidindo com os jovens reais, com os quais o educador<br />

trabalha. Se o olhar fica preso ao ângulo do que falta ao jovem, a escuta não se realiza e o<br />

educador, em vez <strong>de</strong> ajudá-lo a pensar sobre si, acaba ocupando o lugar <strong>de</strong> quem faz julgamentos<br />

morais.<br />

• É preciso que o educador e a Ong tenham consciência da responsabilida<strong>de</strong> do papel que<br />

representam frente aos adolescentes e jovens com os quais trabalham, pois além dos jovens que<br />

conseguem sonhar, estabelecer objetivos e vislumbrar um futuro melhor para si e para coletivida<strong>de</strong>,<br />

encontrarão aqueles que não acreditam que po<strong>de</strong>m apren<strong>de</strong>r, que não po<strong>de</strong>m transformar o<br />

mundo coletivamente e que não acreditam em si mesmos. É essencialmente para esse público que<br />

os educadores e Ong’s <strong>de</strong>vem investir e canalizar suas ações, <strong>de</strong> maneira que esses jovens possam<br />

olhar para si mesmos e perceber suas potencialida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>scobrindo que são capazes, como<br />

qualquer outro, <strong>de</strong> produzir, criar e intervir.<br />

• As novas exigências do “mundo do trabalho” como disponibilida<strong>de</strong> para apren<strong>de</strong>r sempre,<br />

maior preparo tecnológico, flexibilida<strong>de</strong> e polivalência, apontam para a necessida<strong>de</strong> da<br />

ampliação do tempo <strong>de</strong> escolarização dos jovens e maior contato com outras ativida<strong>de</strong>s<br />

educativas e culturais, que ampliem seu universo informacional e respondam às suas<br />

necessida<strong>de</strong>s sócio-emocionais.<br />

• “O <strong>de</strong>semprego, o subemprego e as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> inserção profissional <strong>de</strong>sprezam o<br />

talento <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> jovens brasileiros.” (Relatório OIT — Organização Internacional do Trabalho, 2004)<br />

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