05.06.2013 Views

universidade estácio de sá mestrado em direito silvia araújo amorim ...

universidade estácio de sá mestrado em direito silvia araújo amorim ...

universidade estácio de sá mestrado em direito silvia araújo amorim ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Na seqüência, fez-se neces<strong>sá</strong>ria a análise do que seria a viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida como<br />

um critério <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento do ser humano para a vida extra-uterina <strong>de</strong> forma<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e autônoma. Conforme relatado, a anencefalia é uma anomalia fetal<br />

incompatível com a vida extra-uterina, portanto, inviável. Mas restou ainda uma dúvida: o<br />

feto anencéfalo possuiria vida ou não? Concluiu-se que o início da vida ocorre por meio da<br />

fecundação e, portanto, é inquestionável a existência <strong>de</strong> vida intra-uterina do feto anencéfalo,<br />

pois se trata <strong>de</strong> um ser biologicamente vivo, composto <strong>de</strong> células e tecidos, mas s<strong>em</strong> chance<br />

<strong>de</strong> sobreviver autonomamente.<br />

O terceiro capítulo foi <strong>de</strong>dicado à análise dos limites do <strong>direito</strong> ao planejamento<br />

familiar, com o fim <strong>de</strong> investigar se o or<strong>de</strong>namento jurídico brasileiro cont<strong>em</strong>pla a liberda<strong>de</strong><br />

da gestante ou do casal <strong>de</strong> criar uma família e, principalmente, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interromper<br />

a gestação fora das hipóteses previstas no Código Penal. Para tanto, verificou-se o Art. 226,<br />

parágrafo 7° da Constituição Fe<strong>de</strong>ral, no tocante ao planejamento familiar, fundamentado nos<br />

princípios da dignida<strong>de</strong> da pessoa humana, e à partenida<strong>de</strong> respon<strong>sá</strong>vel, e o princípio da<br />

liberda<strong>de</strong> dada ao casal <strong>de</strong> planejar seu próprio núcleo familiar, sua formação e<br />

<strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Na sequência, fez-se a análise da Lei 9263/96, norma jurídica infraconstitucional<br />

que veio dar oportunida<strong>de</strong> não só a casais, mas também a homens e mulheres solteiros, <strong>de</strong><br />

realizar o planejamento familiar como um instrumento <strong>de</strong> tornar a vida <strong>em</strong> família mais<br />

respon<strong>sá</strong>vel e, principalmente, afetuosa.<br />

O <strong>direito</strong> à liberda<strong>de</strong> consagrado na Constituição Fe<strong>de</strong>ral no Art. 5°, II, foi um<br />

ponto verificado nesse capítulo. O <strong>direito</strong> à liberda<strong>de</strong> r<strong>em</strong>eteu à idéia <strong>de</strong> autonomia, ou o<br />

princípio da autonomia da vonta<strong>de</strong>, autonomia esta ressalvada pelo filósofo Kant como sendo<br />

a autonomia vinculada à vonta<strong>de</strong>, ou seja, no <strong>direito</strong> <strong>de</strong> se <strong>de</strong>terminar in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> outro<br />

po<strong>de</strong>r ou na liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> se utilizar a sua vonta<strong>de</strong> seguindo seus objetivos pessoais. Portanto,<br />

por se tratar <strong>de</strong> um <strong>direito</strong> fundamental garantido na carta magna, <strong>de</strong>ve ser respeitado.<br />

Por fim, analisou-se a colisão <strong>de</strong> <strong>direito</strong>s fundamentais envolvidos, por meio da<br />

pon<strong>de</strong>ração dos bens e interesses e/ou o princípio da proporcionalida<strong>de</strong>, na prevalência <strong>de</strong> um<br />

<strong>de</strong>les para solucionar o fato da possibilida<strong>de</strong> ou não do aborto do anencéfalo <strong>de</strong> forma justa e<br />

a<strong>de</strong>quada. Contudo, também foram apresentadas algumas objeções à aplicação da pon<strong>de</strong>ração.<br />

Além disso, fez-se neces<strong>sá</strong>ris uma análise dos argumentos utilizado na ADPF 54,<br />

que tramita junto ao STF, contendo como pedido principal a interpretação do Código Penal<br />

100

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!