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universidade estácio de sá mestrado em direito silvia araújo amorim ...

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<strong>de</strong>sligar-se do útero materno <strong>em</strong> razão <strong>de</strong> tal <strong>de</strong>ficiência. A vida fora do útero materno é,<br />

portanto, inviável 119 .<br />

Mas do que se trata vida viável? O que significa a viabilida<strong>de</strong>? Sob o aspecto<br />

etimológico 120 , o vocábulo viável po<strong>de</strong> ser entendido como sendo o bom estado dos caminhos<br />

<strong>de</strong>stinados à circulação. Para a biologia 121 , viável é aquele capaz <strong>de</strong> viver, crescer, germinar<br />

ou se <strong>de</strong>senvolver, referindo-se tanto à s<strong>em</strong>ente como ao <strong>em</strong>brião. Já para a obstetrícia, é<br />

apresentar o suficiente <strong>de</strong>senvolvimento e a conveniente regularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conformação para as<br />

exigências da vida extra-uterina (diz-se do feto) 122 . Por fim, ainda para a medicina, a<br />

significação da palavra viável – ou a viabilida<strong>de</strong> do feto – diz respeito à apresentação <strong>de</strong><br />

suficiente <strong>de</strong>senvolvimento e à conveniente regularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conformação para as exigências<br />

da vida extra-uterina 123 , ou seja, a aptidão normal <strong>de</strong> se manter vivo por um certo t<strong>em</strong>po.<br />

Bourguet comenta a posição do Comitê Consultivo Nacional <strong>de</strong> Ética francês<br />

sobre a viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> um feto ou <strong>em</strong>brião, reconhecendo-o como uma pessoa <strong>em</strong><br />

potencial. Para o Comitê, “todos os estágios <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento do zigoto <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />

fecundação do óvulo até o estágio da maturação que permite uma vida autônoma” 124 . Para<br />

Bourguet, a interpretação feita pelo dito comitê sobre a viabilida<strong>de</strong> humana é “o limiar<br />

significativo da personalida<strong>de</strong> por inteiro, isto é, […] a aquisição, pelo feto, <strong>de</strong> uma vida<br />

autônoma <strong>em</strong> relação a mãe” 125 .<br />

O critério da viabilida<strong>de</strong> é neces<strong>sá</strong>rio para possibilitar ou não a atuação <strong>de</strong> uma<br />

pessoa no mundo <strong>de</strong> forma autônoma. Para Bourguet, “a viabilida<strong>de</strong> não é um acontecimento<br />

como o nascimento, mas um estágio abstrato que r<strong>em</strong>ete ao mesmo t<strong>em</strong>po ao próprio<br />

<strong>de</strong>senvolvimento fetal e às nossas possibilida<strong>de</strong>s técnicas” 126 . O mesmo autor faz uma<br />

119 BARBATO JR., Roberto. O aborto dos fetos anencéfalos: o <strong>direito</strong> e a realida<strong>de</strong> atual. Revistas dos<br />

Tribunais, ano 96, volume 865, p. 437.<br />

120 Disponível on-line <strong>em</strong>: .<br />

Acesso <strong>em</strong>: 9 jun. 2008.<br />

121 Disponível on-line <strong>em</strong>: .<br />

Acesso <strong>em</strong>: 9 jun. 2008.<br />

122 Disponível on-line <strong>em</strong>: .<br />

Acesso <strong>em</strong>: 9 jun. 2008.<br />

123 Disponível on-line <strong>em</strong>: .<br />

Acesso <strong>em</strong>: 9 jun. 2008.<br />

124 BOURGUET, Vincent. O ser <strong>em</strong> gestação. Reflexões bioéticas sobre o <strong>em</strong>brião humano. Trad. Nicolas Nymi<br />

Campanário. São Paulo: Loyola, 2002, p. 109<br />

125 I<strong>de</strong>m, ibi<strong>de</strong>m, p. 110.<br />

126 I<strong>de</strong>m, ibi<strong>de</strong>m, p. 111.<br />

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