Avaliação das propriedades gelificantes e emulsionantes de ...
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Revisão bibliográfica<br />
levado a um gran<strong>de</strong> interesse na utilização <strong>de</strong>stas proteínas como um ingrediente alimentar<br />
promissor (Raymundo et al, 2005).<br />
Quando submetida a uma <strong>de</strong>snaturação térmica controlada, as globulinas <strong>de</strong> ervilha po<strong>de</strong>m<br />
formar géis (Bora et al.,1994; O`Kane, 2004; O`Kane et al., 2005). Bacon et al. (1990)<br />
verificaram que foram obtidos géis transparentes <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> submeti<strong>das</strong> a um tratamento térmico,<br />
sob condições áci<strong>das</strong>, permitindo o uso da proteína <strong>de</strong> ervilha como um substituto gelatinoso em<br />
produtos vegetais. Bora et al. (1994) <strong>de</strong>terminaram que as condições ótimas para a gelificação<br />
da globulina <strong>de</strong> ervilha correspon<strong>de</strong>m a um pH <strong>de</strong> 7,1 e um tratamento térmico <strong>de</strong> 87 ºC durante<br />
20 min, enquanto que a adição <strong>de</strong> cloreto <strong>de</strong> sódio (NaCl) a concentrações acima <strong>de</strong> 0,05 M<br />
reduzem a firmeza do gel. Estes autores também observaram que a legumina não forma géis e<br />
que a firmeza do gel é inversamente proporcional à proporção <strong>de</strong> mistura <strong>de</strong> legumina/vicilina.<br />
Foi igualmente <strong>de</strong>monstrado que a formação do gel é fortemente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> ligações<br />
hidrofóbicas e <strong>de</strong> hidrogénio, enquanto que as ligações <strong>de</strong> bissulfureto (ou pontes <strong>de</strong> enxofre)<br />
não são essenciais. No entanto, estas ligações contribuem para um aumento da estrutura e da<br />
estabilida<strong>de</strong> do gel (Nunes et al, 2003). Ao contrário da glicina <strong>de</strong> soja, as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gel da<br />
legumina <strong>de</strong> ervilha foram susceptíveis a reorganizações que causaram géis que se tornaram<br />
mais fortes <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um reaquecimento/rearrefecimento (O`Kane et al., 2004). A concentração<br />
mínima <strong>de</strong> gelificação <strong>de</strong> isolados <strong>de</strong> proteína <strong>de</strong> ervilha a partir <strong>de</strong> cinco cultivares diferentes<br />
foi <strong>de</strong> 16%, em todos os casos. Foi igualmente <strong>de</strong>monstrado que os isolados obtidos a partir <strong>de</strong><br />
cultivares com altos teores da -subunida<strong>de</strong> formam géis muito fracos a pH neutro,<br />
possivelmente <strong>de</strong>vido às repulsões electroestáticas entre as regiões terminais N carrega<strong>das</strong><br />
negativamente (O`Kane et al., 2005).<br />
A produção <strong>de</strong> emulsões óleo em água usando emulsificantes vegetais alternativos para<br />
substituir totalmente ou parcialmente a gema <strong>de</strong> ovo, oferece diversas vantagens dietéticas, tais<br />
como a diminuição do teor <strong>de</strong> colesterol e gordura, bem como o aumento da estabilida<strong>de</strong><br />
microbiológica (Franco et al.,1998b; Raymundo et al., 2005).<br />
A proteína <strong>de</strong> ervilha tem uma boa capacida<strong>de</strong> emulsificante, que tem sido <strong>de</strong>monstrada por<br />
diversos autores, tal como referido anteriormente. Dagorn-Scaviner et al. (1986; 1987)<br />
mostraram que as globulinas <strong>de</strong> ervilha aparentam ser proteínas eficientes como agentes activos<br />
<strong>de</strong> superfície, especialmente a vicilina, que apresenta geralmente maiores taxas constantes <strong>de</strong><br />
adsorção. A vicilina também apresenta melhores <strong>proprieda<strong>de</strong>s</strong> emulsificantes que a legumina e<br />
algumas interações inibitórias ocorreram entre as duas globulinas, sendo a adsorção <strong>de</strong> legumina<br />
mais afetada pela vicilina que o oposto (Gharsallcovi et al., 2009). Franco et al. (2000)<br />
estudaram a influência do pH e do tratamento térmico na reologia <strong>das</strong> emulsões óleo-em-água<br />
<strong>de</strong> proteína estabilizada <strong>de</strong> ervilha e verificaram que a viscosida<strong>de</strong> <strong>das</strong> emulsões aumentava e<br />
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