Avaliação das propriedades gelificantes e emulsionantes de ...
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Revisão bibliográfica<br />
retenção da água e <strong>de</strong> outros ingredientes alimentares, como açúcares, gordura e compostos<br />
aromáticos.<br />
No caso dos géis proteícos, proce<strong>de</strong>-se inicialmente à <strong>de</strong>snaturação <strong>das</strong> proteínas através do seu<br />
aquecimento. De seguida, efetua-se um arrefecimento, on<strong>de</strong> se verifica o estabelecimento <strong>de</strong><br />
ligações entre as ca<strong>de</strong>ias peptídicas <strong>das</strong> proteínas e a formação <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> tridimensional.<br />
Nesta associação estão envolvi<strong>das</strong> ligações covalentes e não covalentes: ligações <strong>de</strong> enxofre,<br />
interações hidrofóbicas, ligações por pontes <strong>de</strong> hidrogénio e ligações iónicas (Pomeranz, 1991).<br />
A formação do gel passa por uma etapa anterior <strong>de</strong>signada por sol que, em termos físicos,<br />
correspon<strong>de</strong> a uma suspensão coloidal e que, por arrefecimento vai passar a gel através <strong>de</strong> uma<br />
associação <strong>das</strong> ca<strong>de</strong>ias proteicas. (Nunes, 2003b).<br />
Quando as ca<strong>de</strong>ias estão suficientemente organiza<strong>das</strong>, <strong>de</strong> modo a formarem a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> gel e à<br />
medida que a organização <strong>das</strong> re<strong>de</strong>s se vai intensificando, o gel torna-se rígido e ocorre<br />
geralmente o fenómeno <strong>de</strong> sinérese, ou seja, o gel contrai-se e exsuda uma parte da fase líquida<br />
(Nunes, 2003a). O estado <strong>de</strong> gel é um estado <strong>de</strong> equilíbrio, no sentido em que evolui com o<br />
tempo e representa um compromisso entre as interações polímero-polímero e polímero-solvente<br />
(Nunes, 2003b).<br />
2.6. Emulsões alimentares<br />
Uma emulsão é uma dispersão coloidal formada por dois líquidos imiscíveis, geralmente óleo e<br />
água, com um dos líquidos dispersos no outro sob a forma <strong>de</strong> gotas <strong>de</strong> dimensões entre 0,1 e<br />
100 µm (Dickinson e Stainsby, 1988; Rahalkar, 1992). A substância que está contida nas gotas<br />
<strong>de</strong>signa-se por fase dispersa ou interna e a substância que constitui o meio envolvente <strong>de</strong>signase<br />
por fase contínua ou exterior (McClements, 1999).<br />
As emulsões são classifica<strong>das</strong> <strong>de</strong> acordo com a distribuição <strong>das</strong> duas fases (óleo e água) e como<br />
tal existem dois tipos <strong>de</strong> emulsões. Quando as gotas <strong>de</strong> óleo estão dispersas na fase aquosa,<br />
como nas maioneses e nos molhos para sala<strong>das</strong>, estamos perante uma emulsão óleo/água (o/a).<br />
Caso as gotas <strong>de</strong> água estejam dispersas na fase oleosa, a emulsão é classificada como água/óleo<br />
(a/o), tendo como exemplo as margarinas e manteigas. Para além <strong>de</strong>stes dois tipos <strong>de</strong> emulsões,<br />
existem ainda as <strong>de</strong>signa<strong>das</strong> emulsões múltiplas o/a/o ou a/o/a, que têm sido estuda<strong>das</strong> com a<br />
finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reduzir o teor <strong>de</strong> óleo nas emulsões ou mesmo provi<strong>de</strong>nciar um meio <strong>de</strong> isolar um<br />
ingrediente <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> outro (Dickinson e Stainsby, 1987).<br />
As emulsões são sistemas termodinamicamente instáveis (McClements, 1999) porque as fases<br />
não se misturam e na medida em que existe uma diferença <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s entre as duas fases, há<br />
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