Avaliação das propriedades gelificantes e emulsionantes de ...
Avaliação das propriedades gelificantes e emulsionantes de ...
Avaliação das propriedades gelificantes e emulsionantes de ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Revisão bibliográfica<br />
formação <strong>de</strong> uma camada <strong>de</strong> óleo superior (menos <strong>de</strong>nsa) e uma camada aquosa inferior (mais<br />
<strong>de</strong>nsa).<br />
2.6.1. Emulsionantes<br />
Devido a esta instabilida<strong>de</strong> <strong>das</strong> emulsões, é necessário o uso <strong>de</strong> <strong>emulsionantes</strong> e/ou ou agentes<br />
tensioactivos, <strong>de</strong> modo a que se obtenham emulsões cineticamente estáveis por períodos <strong>de</strong><br />
tempo relativamente elevados (Atkins, 1994).<br />
Os <strong>emulsionantes</strong>, são moléculas com activida<strong>de</strong> superficial que são adsorvi<strong>das</strong> à superficie <strong>das</strong><br />
gotas, impedindo-as <strong>de</strong>ste modo <strong>de</strong> aproximarem umas <strong>das</strong> outras e, consequentemente,<br />
impedindo os fenómenos <strong>de</strong> floculação excessiva ou <strong>de</strong> coalescência (Phillip et al., 1994).<br />
Relativamente aos estabilizantes, geralmente espessantes, estes provocam um aumento da<br />
viscosida<strong>de</strong> da fase contínua, dificultando os movimentos <strong>das</strong> gotas e levando a uma maior<br />
estabilida<strong>de</strong> da emulsão.<br />
Os <strong>emulsionantes</strong> mais utilizados na indústria alimentar são principalmente as proteínas, na<br />
medida em que diminuem a tensão interfacial, garantindo a estabilida<strong>de</strong> da emulsão ao longo do<br />
tempo (Dickinson e Stainsby, 1988). A capacida<strong>de</strong> emulsionante <strong>de</strong> uma proteína é <strong>de</strong>finida<br />
como a quantida<strong>de</strong> máxima <strong>de</strong> óleo que po<strong>de</strong> ser dispersa por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fase aquosa, para uma<br />
<strong>de</strong>terminada quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proteína, sob condições experimentais controla<strong>das</strong> (Phillip et al.,<br />
1994).<br />
Devido às suas <strong>proprieda<strong>de</strong>s</strong> anfifílicas e à sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senrolamento, as proteínas<br />
possuem tanto uma afinida<strong>de</strong> para a fase aquosa com uma afinida<strong>de</strong> para a fase oleosa. Esta<br />
característica <strong>das</strong> proteínas leva a uma redução da tensão superficial entre estas duas fases,<br />
formando filmes intefaciais mais ou menos coesos que, por sua vez, envolvem as gotas <strong>de</strong> óleo.<br />
Como estes filmes interfaciais possuem grupos carregados, provocam repulsões eletrostáticas<br />
entre as gotas vizinhas, o que impe<strong>de</strong> a aproximação <strong>das</strong> mesmas, evitando assim os fenómenos<br />
<strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> <strong>das</strong> emulsões, como a coalescência (Phillip et al., 1994).<br />
A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma proteína formar e estabilizar uma emulsão <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>mente <strong>das</strong> suas<br />
<strong>proprieda<strong>de</strong>s</strong> intrínsecas, tais como a estrutura primária, secundária e terciária, a solubilida<strong>de</strong>, a<br />
hidrofobicida<strong>de</strong> superficial e a flexibilida<strong>de</strong>. Estes últimos três parâmetros são particularmente<br />
relevantes no caso <strong>de</strong> se preten<strong>de</strong>r utilizar uma proteína como emulsionante.<br />
10