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112<br />

Ana Paula Moreno Trigo & Jefferson Benedicto Libardi Liborio<br />

Também se tem observado em obras de diversas tipologias que, mesmo havendo<br />

disponibilidade de agregados, não são contempladas todas as hipóteses de projeto, pela própria<br />

deficiência. Noutras regiões não se dispõem de agregados britados, havendo unicamente a existência<br />

de seixos rolados, que perdem muito em aderência à pasta de cimento Portland. Há as jazidas de<br />

outros materiais sem qualquer expectativa de uso em obras, quer pela qualidade ou pela carência de<br />

informações mais científicas que comprovem a real possibilidade de uso desses materiais em obras<br />

de responsabilidade, como, as concreções lateríticas.<br />

Neste contexto, a aplicação da técnica de dopagem de agregados, que consiste em<br />

estabelecer sua impregnação inicial com materiais que venham reagir com outros aglomerantes,<br />

passa a ser uma solução para as para regiões citadas anteriormente, já que esta técnica permite a<br />

modificação da textura do material ou o estabelecimento de uma ponte de ligação entre ele e os<br />

aglomerantes que venham a ser utilizados ou, até mesmo, o estabelecimento de uma carapaça como<br />

proteção e reforço.<br />

Outra hipótese que a técnica de dopagem permite é a do reforço do próprio agregado, através<br />

de sua dopagem interna, dos poros abertos. A experiência já obtida pelo Grupo de Pesquisadores do<br />

LMABC-<strong>SET</strong>-EESC-<strong>USP</strong> tem demonstrado que é possível “armar” os agregados a ponto de<br />

constituírem concretos com mais de 50MPa, reforçando-se a matriz e melhorando a zona de interface.<br />

Assim, de posse desse conhecimento e da aplicação da técnica de dopagem com<br />

aglomerantes de alto desempenho pretende-se, neste trabalho, utilizar agregados graúdos de origem<br />

natural, com deficiências mineralógicas ou físicas, principalmente como substitutos da brita de rocha<br />

granítica, na produção de concretos estruturais de elevado desempenho.<br />

2 METODOLOGIA<br />

A avaliação da técnica de dopagem de agregados graúdos em concretos estruturais será feita<br />

por meio de caracterização mecânica e análise microscópica destes concretos, ou seja, estudo da<br />

resistência à compressão, resistência à tração por compressão diametral e módulo de elasticidade,<br />

todos prescritos por norma, e estudo de microestrutura, através de microscopia eletrônica de<br />

varredura com Espectroscopia por Dispersão de Energia (EDS).<br />

Serão estudados concretos constituídos de cimento e sílica ativa disponíveis comercialmente<br />

e agregados potencialmente utilizáveis, valorizando a escolha e sinergia destes materiais.<br />

De posse dos resultados de caracterização dos concretos convencionais (executados com<br />

agregados graúdos não dopados) e dos concretos executados com agregados dopados, será feita a<br />

avaliação da influência da técnica de dopagem no comportamento dos concretos estruturais de<br />

elevado desempenho.<br />

3 DESENVOLVIMENTO<br />

Para o desenvolvimento deste trabalho, inicialmente foram avaliados os locais com<br />

necessidade de grandes obras e a disponibilidade de agregados que possam ser utilizados com a<br />

técnica de dopagem, como os seixos rolados, as concreções lateríticas e os agregados graníticos. Em<br />

seguida, foram selecionados os materiais.<br />

Foi escolhido o cimento CPIII 40 RS, com massa específica de 2,96g/ cm 3 , pelo seu<br />

desempenho frente a meios agressivos e disponibilidade no mercado brasileiro. A escória além de<br />

atribuir resistência a sulfatos, diminui o calor de hidratação e sua maior finura pode contribuir para um<br />

aumento na fluidez, o que é de extrema importância para a dopagem dos agregados.<br />

Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 11, n. 53, p. 111-115, 2009

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