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Rodrigo Barros & José Samuel Giongo<br />

Os blocos sobre estacas são peças importantes quando da ligação do pilar pré-moldado com<br />

a fundação, cuja função é transferir as ações da superestrutura para as estacas ou tubulões, que por<br />

suas vezes se apóiam nas camadas inferiores do terreno. Esse elemento estrutural, de fundamental<br />

importância para a segurança da estrutura, geralmente não permite a inspeção visual quando em<br />

serviço, sendo, portanto, importante o conhecimento do seu comportamento.<br />

Dentre as possíveis formas de ligação do pilar pré-moldado com a fundação, destaca-se o uso<br />

de blocos de fundação com cálice por apresentarem relativa facilidade de construção, possibilidade de<br />

ajustes e de transmissão de momentos dos pilares para as estacas.<br />

O cálice é a parte do bloco que recebe o pilar pré-moldado, funcionando como um encaixe<br />

entre esses elementos, podendo ter as paredes lisas ou rugosas. O pilar fica em contato com o cálice<br />

num trecho denominado comprimento de embutimento, l emb . Nesse tipo de ligação, três situações de<br />

cálices são admitidas conforme Figura 1: totalmente externo ao bloco, ou seja, com colarinho<br />

totalmente saliente; parcialmente embutido, onde o comprimento de embutimento é dividido na parte<br />

referente ao colarinho externo e na parte embutida no bloco; ou embutido no bloco, onde não se<br />

constata a presença do colarinho.<br />

Figura 1 – Bloco de fundações com cálice externo, parcialmente embutido e embutido.<br />

Na literatura técnica não são encontradas recomendações para o dimensionamento e<br />

detalhamento do bloco com cálice embutido e parcialmente embutido, sendo que os métodos de<br />

projeto restringem-se aos cálices construídos sobre os elementos de fundação, isto é, com colarinho<br />

totalmente saliente. Em virtude da escassez de informações e da ausência de recomendações para<br />

projeto deste tipo de elemento, pretende-se desenvolver pesquisa que possibilite melhor entendimento<br />

do comportamento estrutural dos blocos de fundação com cálice.<br />

Dentre os possíveis métodos para o dimensionamento de blocos rígidos, destaca-se o modelo<br />

de bielas e tirantes. Este modelo baseia-se na analogia de treliça clássica introduzida no início do<br />

século XX por Mörsch, na qual a viga de concreto armado fissurada é comparada a uma treliça de<br />

banzos paralelos. O modelo evoluiu obtendo-se então à treliça generalizada de Mörsch, na qual os<br />

banzos superior e inferior não são paralelos, nem a inclinação das bielas é constante e igual a 45º ao<br />

longo de toda a viga. Porém, a idéia básica da treliça clássica de que a viga se comporta como uma<br />

treliça continua válida.<br />

O modelo de bielas e tirantes é uma representação discreta do fluxo de tensões num<br />

determinado elemento estrutural. A estrutura inicial é representada por uma estrutura equivalente<br />

composta por barras comprimidas e tracionadas interligadas por meio de nós. As barras comprimidas<br />

recebem o nome de biela e devem absorver o fluxo de tensões de compressão, sendo normalmente<br />

representadas por linhas tracejadas. As barras tracionadas recebem o nome de tirante, e devem<br />

absorver o fluxo de tensões de tração existentes no elemento, sendo representadas por linhas<br />

contínuas.<br />

Em elementos de concreto armado, as bielas representam as regiões de concreto que estão<br />

submetidas à compressão, enquanto que os tirantes representam as barras das armaduras<br />

Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 11, n. 53, p. 39-43, 2009

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