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Análise numérica e experimental de blocos de concreto armado sobre duas estacas com cálice externo, embutido...<br />

41<br />

submetidas à tração. Eventualmente, podem ser previstos tirantes de concreto em alguns elementos<br />

estruturais desde que a tensão máxima não ultrapasse a resistência a tração do material.<br />

2 BREVE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />

Blévot & Frémy (1967), realizaram ensaios em blocos sobre duas, três e quatro estacas com a<br />

finalidade de estudar o comportamento do bloco mediante diferentes arranjos de armadura.<br />

As observações experimentais relatadas serviram de base para a maioria das formulações<br />

para projeto de blocos sobre estacas existentes na literatura técnica, e fundamentais para o<br />

surgimento dos modelos de bielas e tirantes. O modelo de bielas e tirantes é caracterizado pela<br />

verificação das tensões nas regiões nodais, sendo que existem divergências entre códigos normativos<br />

no que se refere aos valores limites dessa tensões. Schlaich et al. (1987) sugeriram que as tensões de<br />

compressão no concreto são consideradas seguras se o valor máximo das tensões em zonas nodais<br />

for limitada a 0,6 . f ck .<br />

Rausch et al. (1997) ensaiaram blocos de concreto armado sobre duas estacas em escala<br />

reduzida (1:2). Para o dimensionamento do bloco utilizou-se o modelo de bielas e tirantes. Os autores<br />

obtiveram algumas conclusões interessantes, dentre as quais destaca-se o fato de que o método das<br />

bielas supõe que os tirantes se deformem livremente, porém, em virtude das estacas limitarem essa<br />

deformação, parte da componente horizontal da biela de compressão é absorvida pelas estacas.<br />

Miguel (2000) realizou análise experimental e numérica em blocos sobre três estacas,<br />

observando a ocorrência de escorregamento das barras da armadura principal de tração. Entretanto,<br />

tal escorregamento só ocorreu após a ruptura da biela de compressão. A pesquisadora concluiu que o<br />

método das bielas sugerido por Blévot & Frémy (1967) mostrou-se conservador em relação à força de<br />

ruína. Em todos os modelos, a ruína ocorreu por fendilhamento da diagonal comprimida,<br />

acompanhada do escoamento das barras da armadura longitudinal.<br />

Munhoz (2004) realizou um estudo comparativo por meio de modelos analíticos e numéricos<br />

baseados no método dos elementos finitos. Nesse estudo, foi considerada a ação de força centrada<br />

em blocos sobre uma, duas, três, quatro e cinco estacas, no qual variou-se as dimensões do diâmetro<br />

das estacas, bem como as da seção transversal do pilar. Munhoz (2004) constatou diferenças entre os<br />

modelos analíticos e numéricos, bem como no fluxo de tensões, quando da formação dos campos e<br />

trajetórias das mesmas. Analisando as direções das tensões principais, a pesquisadora propôs um<br />

modelo refinado de biela e tirante.<br />

Delalibera (2006) estudou numérica e experimentalmente blocos sobre duas estacas<br />

submetidos à ação de força centrada e excêntrica. O pesquisador constatou que a geometria da biela<br />

de compressão diverge dos modelos usualmente sugeridos por outros autores, e verificou que a<br />

distribuição de tensões nas estacas é uniforme.<br />

Campos & Marcellino (2008) analisaram o comportamento de blocos de fundação sobre duas<br />

estacas para estruturas pré-moldadas, utilizando cálice externo. Foi realizado ensaio em três<br />

protótipos de blocos na escala 1:2 variando a altura do colarinho, nos quais o objetivo principal era<br />

avaliar a influência que o comprimento de embutimento l emb provoca na base do bloco, bem como na<br />

formação da biela comprimida. Os resultados indicaram que o modelo proposto por Melo (2004) é<br />

conservador em relação às forças últimas obtidas experimentalmente.<br />

Barros (2009) avaliou a influência que a viga de travamento provoca no comportamento<br />

estrutural do bloco de fundações sobre duas estacas com cálice embutido, utilizado na ligação pilarfundação.<br />

O pesquisador concluiu que a presença da viga de travamento na direção perpendicular ao<br />

alinhamento das estacas não provoca alteração no comportamento estrutural do bloco, e que as<br />

paredes do cálice são capazes de transferir de modo eficaz a força proveniente da viga de travamento<br />

em direção as estacas.<br />

Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 11, n. 53, p. 39-43, 2009

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