o fenômeno da compaixão na ética de arthur schopenhauer - FaJe
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Schopenhauer, <strong>de</strong>ntre os filósofos, foi um dos que mais se <strong>de</strong>ixou influenciar por esses<br />
pensamentos.<br />
Na filosofia <strong>de</strong> Schopenhauer po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>parar com conteúdos conceituais românticos,<br />
como: conflito interior; <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> sentimento que nunca se sente satisfeito; sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
que se traduz em estado <strong>de</strong> excessiva ou até permanente impressio<strong>na</strong>bili<strong>da</strong><strong>de</strong>; irritabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />
reativi<strong>da</strong><strong>de</strong>; se<strong>de</strong> <strong>de</strong> infinito; crise <strong>de</strong> religiosi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Mas po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>parar também com idéias<br />
como calma eter<strong>na</strong> e estado <strong>de</strong> repouso, que em Schopenhauer são representados pelo<br />
conceito oriental do Na<strong>da</strong>, tendo sido a palavra que o expressa escolhi<strong>da</strong> como último termo<br />
para encerrar seu livro O mundo como vonta<strong>de</strong> e como representação.<br />
Alguns escritos filosóficos <strong>de</strong> Schelling ou <strong>de</strong> Hegel não po<strong>de</strong>m ser entendidos se não<br />
forem consi<strong>de</strong>rados no espírito do movimento romântico. O próprio Schopenhauer não po<strong>de</strong><br />
ser entendido se também não for consi<strong>de</strong>rado no espírito do movimento romântico e, mais<br />
precisamente, se não houver por parte <strong>de</strong> quem estu<strong>da</strong> sua ética um conhecimento <strong>da</strong> filosofia<br />
oriental.<br />
2.3 – Críticas <strong>de</strong> Arthur Schopenhauer às concepções morais anteriores<br />
Conforme mencio<strong>na</strong>do, apresentaremos agora as críticas <strong>de</strong> Schopenhauer às teorias<br />
morais <strong>de</strong> seus pre<strong>de</strong>cessores, como forma <strong>de</strong> localizar sua filosofia no contexto do<br />
Romantismo e como ponto <strong>de</strong> parti<strong>da</strong> para um melhor entendimento <strong>de</strong> seu pensamento<br />
moral.<br />
Segundo Schopenhauer, se for realiza<strong>da</strong> uma análise através do tempo po<strong>de</strong>-se<br />
constatar que, <strong>na</strong> história do homem, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Grécia antiga até “nossos dias”, em todos os<br />
tempos, sempre se pregou a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma boa moral. Mas, alega ele, a fun<strong>da</strong>mentação<br />
<strong>da</strong> moral sempre andou <strong>de</strong> mal a pior. No geral, sempre foi visível o empenho <strong>de</strong> inúmeros<br />
filósofos em encontrar alguma ver<strong>da</strong><strong>de</strong> objetiva <strong>da</strong> qual se po<strong>de</strong>riam <strong>de</strong>rivar as prescrições<br />
éticas. Essa ver<strong>da</strong><strong>de</strong> foi incansavelmente procura<strong>da</strong> <strong>na</strong> <strong>na</strong>tureza <strong>da</strong>s coisas ou nos homens.<br />
Vãs foram as tentativas. Sempre ficou evi<strong>de</strong>nciado que a vonta<strong>de</strong> do ser humano ape<strong>na</strong>s se<br />
dirige para o seu próprio bem-estar. Bem-estar que nos homens po<strong>de</strong> ser representado pelo<br />
conceito <strong>de</strong> felici<strong>da</strong><strong>de</strong>. E, logicamente, em se tratando <strong>de</strong> felici<strong>da</strong><strong>de</strong> liga<strong>da</strong> ao próprio bem-<br />
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