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o fenômeno da compaixão na ética de arthur schopenhauer - FaJe

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2 – “ain<strong>da</strong> menos uma ação para a qual se apresenta, para o caráter do agente, um motivo<br />

suficiente po<strong>de</strong> não se efetuar se um contramotivo mais forte não tor<strong>na</strong>r necessária sua<br />

cessação;”<br />

3 – “o que move principalmente a vonta<strong>de</strong> é o bem-estar ou o mal-estar, tomados no sentido<br />

mais amplo <strong>da</strong> palavra, como também inversamente bem-estar e mal-estar significam ‘<strong>de</strong><br />

acordo ou contra uma vonta<strong>de</strong>’. Portanto todo motivo tem <strong>de</strong> se referir ao bem-estar e ao malestar;”<br />

4 – “conseqüentemente, to<strong>da</strong> ação refere-se a um ser suscetível <strong>de</strong> bem-estar ou mal-estar<br />

como seu fim último;”<br />

5 – “este ser é: ou o próprio agente, ou um outro ser, que, portanto, participa <strong>da</strong> ação<br />

passivamente, pois ela acontece para seu <strong>da</strong>no ou para seu proveito e alegria;”<br />

6 – “to<strong>da</strong> ação cujo fim último é o bem-estar e o mal-estar do próprio agente é uma ação<br />

egoísta;”<br />

7 – “tudo o que aqui foi dito <strong>da</strong>s ações vale igualmente para as omissões <strong>de</strong> tais ações, para as<br />

quais existem motivos e contramotivos;”<br />

8 – “em consequência <strong>da</strong>s explicações <strong>da</strong><strong>da</strong>s nos parágrafos prece<strong>de</strong>ntes, egoísmo e valor<br />

moral simplesmente excluem-se um ao outro. Se uma ação tiver um fim egoísta como motivo,<br />

então ela não po<strong>de</strong> ter nenhum valor moral. Deva uma ação ter valor moral, então um fim<br />

egoísta não po<strong>de</strong> ser seu motivo imediato ou mediato, próximo ou longínquo;”<br />

9 – “<strong>de</strong> acordo com a elimi<strong>na</strong>ção total dos pretensos <strong>de</strong>veres para com nós mesmos, efetua<strong>da</strong><br />

no parágrafo 5, a significação moral <strong>de</strong> uma ação só po<strong>de</strong> estar <strong>na</strong> sua relação com outros. Só<br />

com referência a estes é que ela po<strong>de</strong> ter valor moral ou ser con<strong>de</strong>nável moralmente e, assim,<br />

ser uma ação <strong>de</strong> justiça e cari<strong>da</strong><strong>de</strong>, como também o oposto <strong>de</strong> ambas.” 102<br />

Consi<strong>de</strong>rando essas premissas, o bem-estar e o mal-estar <strong>de</strong>vem constar no<br />

fun<strong>da</strong>mento <strong>de</strong> to<strong>da</strong> ação ou omissão como seu fim último. Se o bem-estar ou mal-estar<br />

ocorre no agente, segundo Schopenhauer, trata-se <strong>de</strong> uma ação egoísta porque no seu<br />

fun<strong>da</strong>mento existe um motivo próprio, interessado. E o mesmo ocorre quando se crê sensato<br />

obe<strong>de</strong>cer a um man<strong>da</strong>mento absoluto, pois nesse caso temem-se as conseqüências pelo seu<br />

<strong>de</strong>scumprimento. A exceção admiti<strong>da</strong> por Schopenhauer ocorre quando o motivo para a ação<br />

ou sua omissão está direta e exclusivamente ligado ao bem-estar ou mal-estar <strong>de</strong> outra pessoa<br />

que <strong>de</strong>la participa passivamente.<br />

102 SCHOPENHAUER, A. Sobre o fun<strong>da</strong>mento <strong>da</strong> moral. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 132-133.<br />

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