26CERTIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAISDISCUSSÕESDe modo particular, o representante do Ministério do Trabalho salientouos seguintes aspectos:1. Não se <strong>de</strong>ve cogitar, no momento, da criação <strong>de</strong> um sistema, particularmentena medida em que isso significar centralização, uniformida<strong>de</strong>ou empecilhos a iniciativas setoriais.2.Os mecanismos <strong>de</strong> <strong>certificação</strong>, a serem implementados através <strong>de</strong>uma re<strong>de</strong> articulada <strong>de</strong> iniciativas, <strong>de</strong>verão servir para favorecer ainclusão, e <strong>de</strong> nenhum modo <strong>de</strong>vem servir para aumentar a exclusão<strong>de</strong> grupos do mercado <strong>de</strong> trabalho.3.O papel do estado <strong>de</strong>verá ser o <strong>de</strong> articulação e fomento a iniciativas.O representante do Ministério da Educação ressaltou os seguintes aspectos:a) O MEC estará presente na discussão sobre <strong>certificação</strong>, mas reconhecenão ser o único agente governamental participante nessa discussão;b) a aprendizagem que ocorre fora da escola <strong>de</strong>ve ser contemplada nosmecanismos <strong>de</strong> <strong>certificação</strong>;c) é necessário estabelecer equivalências entre educação formal e formaçãoprofissional.Evitando personalizar ou particularizar a autoria das inúmeras intervençõese propostas, o presente relatório registra os principais temas <strong>de</strong>batidos nareunião e apresenta uma síntese dos trabalhos, para servir <strong>de</strong> subsídio às <strong>de</strong>cisõese ações que se darão em continuida<strong>de</strong> ao projeto. A síntese aqui apresentadanão representa o ponto <strong>de</strong> vista oficial <strong>de</strong> nenhuma das instituiçõesorganizadoras ou participantes, embora procure <strong>de</strong>tectar os pontos <strong>de</strong> consensoe outras recomendações que repercutiram <strong>de</strong> maneira acentuada durante oworkshop.3. Conceitos e ExperiênciasO workshop permitiu que os participantes analisassem os conceitos relevantespara avançar a discussão sobre <strong>certificação</strong> ocupacional. De modoparticular, foram aprofundados os conceitos <strong>de</strong> <strong>certificação</strong> ocupacional, <strong>competências</strong>e equivalência. Também foi <strong>de</strong>tidamente analisado o conceito <strong>de</strong>empregabilida<strong>de</strong> e registrada a importância da compreensão <strong>de</strong> seu significadono contexto mais abrangente dos direitos <strong>de</strong> cidadania. Foram, também,apresentados e analisados os conceitos-chave e requisitos subjacentes aos di-
CERTIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAISDISCUSSÕES27versos sistemas nacionais <strong>de</strong> <strong>certificação</strong> ocupacional, os papéis que caberiama diferentes instituições governamentais e não-governamentais, bem comoos diferentes níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> que compõem um sistema <strong>de</strong><strong>certificação</strong> ocupacional. Ênfase particular foi dada à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> separar,conceitual, institucional e operacionalmente, as funções <strong>de</strong> treinamento/formação,<strong>certificação</strong>, testes. Também foi enfatizada a diferença entreconvalidação <strong>de</strong> <strong>competências</strong>, para efeito <strong>de</strong> equivalência <strong>de</strong> estudos, e<strong>certificação</strong>.A análise da experiência internacional permitiu constatar a varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>soluções adotadas nos diversos países para configurar seus sistemas <strong>de</strong><strong>certificação</strong> ocupacional. Não há mo<strong>de</strong>los únicos. Embora as funções essenciaissejam semelhantes - estabelecer padrões, estabelecer perfis ocupacionais,e certificar os indivíduos com base nas <strong>competências</strong> - os arranjos institucionaissão totalmente diferenciados. Variam também os mecanismos e técnicas <strong>de</strong>avaliação e teste, bem como a ênfase dada nos diversos sistemas, que emalguns sistemas se concentra nos testes e noutros, na supervisão direta do<strong>de</strong>sempenho no trabalho. Há mecanismos não-governamentais li<strong>de</strong>rados unicamentepor empregadores ou por empregados, bem como sistemas bi e tripartites.A equivalência dos mecanismos <strong>de</strong> formação profissional com oscertificados educacionais - que ocorre com freqüência sobretudo no paíseseuropeus - também é tratada <strong>de</strong> diversas formas, inclusive com graus diferenciados<strong>de</strong> participação do setor público, <strong>de</strong> acordo com a tradição dos diferentespaíses.A análise da estrutura da conjuntura e <strong>de</strong> experiências brasileiras <strong>de</strong><strong>certificação</strong> ocupou o maior tempo dos <strong>de</strong>bates. Foram apresentadas e discutidas,<strong>de</strong> forma mais aprofundada, as experiências da ABRAMAN (manutenção),do Instituto <strong>de</strong> Hospitalida<strong>de</strong> (turismo), do SENAI-DN (amplo espectro,ênfase inicial em eletrônica) e da FIEMG (teste <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s básicas).Foram mencionadas também outras experiências como as do InstitutoBrasileiro <strong>de</strong> Solda, da ASE e indicada a existência <strong>de</strong> <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> outras iniciativasque ainda carecem <strong>de</strong> maior análise, como, por exemplo, a área <strong>de</strong>Certificadores <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> Meio Ambiente, que vêm sendo promovidapelo INMETRO. Foram discutidas, ainda, iniciativas que vêm sendo <strong>de</strong>batidasno âmbito do acordo do MERCOSUL.No caso da ABRAMAN, foi apresentado um histórico <strong>de</strong>talhado da origeme <strong>de</strong>senvolvimento do projeto, que começou por iniciativa do setor patronal,contando com forte apoio e participação dos trabalhadores. O mecanismo<strong>de</strong> <strong>certificação</strong> foi sendo aprimorado ao longo do tempo, sendo críticaa a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> algumas empresas <strong>de</strong> prestígio que exigem a <strong>certificação</strong> como