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certificação de competências profissionais - Organização ...

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46CERTIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAISDISCUSSÕESConfe<strong>de</strong>ração Única dos Trabalhadores - CUTNos últimos anos, a discussão em torno da idéia <strong>de</strong> <strong>certificação</strong> tem levantadomuitos pontos interessantes, especialmente no âmbito das inovaçõesnos processos <strong>de</strong> formação profissional. No entanto, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a perspectiva dostrabalhadores, esta discussão também traz consigo alguns problemas que refletemas mudanças em curso no sistema produtivo <strong>de</strong> alguns setores da economia.Um primeiro problema se relaciona com o fato <strong>de</strong> que as ocupações,cada vez mais, estão sofrendo um processo <strong>de</strong> reconfiguração, o que tornamais difícil o estabelecimento <strong>de</strong> níveis padronizados <strong>de</strong> remuneração. Estemesmo processo abala o reconhecimento social da ocupação e dificulta o trabalhodos sindicatos, que per<strong>de</strong>m espaço na negociação com os empregadoresna medida em que se tornam mais complexas as atribuições dos trabalhadoresque representam.Outro problema emerge quando boa parte dos agentes envolvidos com aquestão da <strong>certificação</strong> concordam em que a mesma <strong>de</strong>ve ser implementada apartir do estabelecimento <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong>. Segundo este princípio, existe um leque<strong>de</strong> iniciativas e cada entida<strong>de</strong>, seja ela governamental, <strong>de</strong> trabalhadoresou <strong>de</strong> empregadores, <strong>de</strong>verá ligar-se a estas iniciativas conforme seus interessesespecíficos. Para os sindicatos, o fator que complica esta visão é o fato <strong>de</strong>que alguns grupos têm pouco po<strong>de</strong>r e suas experiências têm menos chances<strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> e, consequentemente, <strong>de</strong> arrecadação <strong>de</strong> fundos para seu <strong>de</strong>senvolvimento.Assim, estas iniciativas, abertamente direcionadas em favordos trabalhadores, terão sempre menores chances <strong>de</strong> ocupar um lugar <strong>de</strong> <strong>de</strong>staquenesta re<strong>de</strong>.Há ainda o perigo <strong>de</strong> que a <strong>certificação</strong> assuma contornos cartoriais, oque seria prejudicial para todos os agentes envolvidos. A <strong>certificação</strong> <strong>de</strong>veconstituir-se como elemento que facilite a entrada dos trabalhadores no mercado<strong>de</strong> trabalho e, nunca, tornar-se mais um filtro que dificulte este acesso.Assim, a formação profissional <strong>de</strong>ve consolidar-se como um processopelo qual o trabalhador possa reconquistar o que ele já possuía: emprego. Se omercado se encontra cada vez mais restrito, ela <strong>de</strong>ve buscar a maneira <strong>de</strong>formar um trabalhador com um perfil empreen<strong>de</strong>dor, capaz <strong>de</strong> inserir-se,autônoma e dignamente, neste mercado.Colocadas estas ressalvas, é preciso pensar em como articular esta discussãono âmbito da <strong>de</strong>finição das Diretrizes Curriculares da Educação Profissional<strong>de</strong> Nível Técnico, atualmente levada a cabo pela Câmara Nacional<strong>de</strong> Educação que, nos últimos meses, vem promovendo uma série <strong>de</strong> audiênciaspúblicas sobre o assunto.

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