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ECOS DO TIRO NA PRACA

Os tiros disparados a esmo na Plaza Mayor da cidade de Salamanca, na Espanha, fizeram as primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola, em 19 de julho de 1936. Oitenta anos após o início do conflito, considerado um dos mais hediondos da Europa, as consequências desta tragédia ainda ecoam na história dos moradores da cidade. Principalmente na vida dos três protagonistas dessa obra, que, ainda crianças, tiveram seus pais assassinados durante o regime franquista. Em depoimentos comoventes, os três filhos recordam o passado conturbado e mostram que é possível lutar por justiça sem derramar mais sangue.

Os tiros disparados a esmo na Plaza Mayor da cidade de Salamanca, na Espanha, fizeram as primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola, em 19 de julho de 1936. Oitenta anos após o início do conflito, considerado um dos mais hediondos da Europa, as consequências desta tragédia ainda ecoam na história dos moradores da cidade. Principalmente na vida dos três protagonistas dessa obra, que, ainda crianças, tiveram seus pais assassinados durante o regime franquista. Em depoimentos comoventes, os três filhos recordam o passado conturbado e mostram que é possível lutar por justiça sem derramar mais sangue.

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– Não vou te mandar apenas um, mas sim catorze documentos.<br />

Na outra ponta da linha, o funcionário do Tribunal de Justiça<br />

de Pelabravo reforçava que era filiado ao Partido Popular,<br />

mas apesar de sua escolha política estava disposto a ajudar<br />

Pepe e seu novo amigo na busca pelas vítimas da Guerra Civil<br />

Espanhola. Mesmo que estivesse certo de que o passado<br />

não deveria ser revirado, esse homem ajudou Pepe em sua<br />

missão. Embora muito grato pela iniciativa e companheirismo,<br />

Pepe não se recorda do nome desse homem nem do<br />

neto do fuzilado que o ajudou.<br />

Poucas semanas após esse contato, Pepe recebeu um envelope<br />

com as declarações dos sepultamentos de Pelabravo. Suas<br />

mãos tremiam enquanto lia as informações sobre a morte de<br />

Eduardo. Quando reconheceu detalhes do último dia de vida<br />

de seu pai, seus olhos marejados leram:<br />

“No dia 19 de julho de 1936, enterra-se um homem<br />

com as seguintes características: cabelo preto, calça<br />

de pano azul, camisa de linho branca, calça sapatos<br />

brancos, cinco preto de couro e um relógio de bolso com<br />

uma corrente de prata.”<br />

A descrição era idêntica ao que ele buscou nas pessoas que<br />

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