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ECOS DO TIRO NA PRACA

Os tiros disparados a esmo na Plaza Mayor da cidade de Salamanca, na Espanha, fizeram as primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola, em 19 de julho de 1936. Oitenta anos após o início do conflito, considerado um dos mais hediondos da Europa, as consequências desta tragédia ainda ecoam na história dos moradores da cidade. Principalmente na vida dos três protagonistas dessa obra, que, ainda crianças, tiveram seus pais assassinados durante o regime franquista. Em depoimentos comoventes, os três filhos recordam o passado conturbado e mostram que é possível lutar por justiça sem derramar mais sangue.

Os tiros disparados a esmo na Plaza Mayor da cidade de Salamanca, na Espanha, fizeram as primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola, em 19 de julho de 1936. Oitenta anos após o início do conflito, considerado um dos mais hediondos da Europa, as consequências desta tragédia ainda ecoam na história dos moradores da cidade. Principalmente na vida dos três protagonistas dessa obra, que, ainda crianças, tiveram seus pais assassinados durante o regime franquista. Em depoimentos comoventes, os três filhos recordam o passado conturbado e mostram que é possível lutar por justiça sem derramar mais sangue.

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Na terça-feira, 21 de julho de 1936, Juan registrava sua entrada<br />

no presídio. Acorrentado a outros prisioneiros, ele seguiu<br />

em fila única até a cela número 10, que a partir daquele<br />

momento e por tempo indeterminado, estaria confinado a,<br />

quem sabe, viver seus últimos dias. Assim que entrou, Juan<br />

reconheceu alguns membros do Partido Socialista que, provavelmente,<br />

estavam ali pelo mesmo motivo. Ao notarem a<br />

chegada de um novo integrante ao grupo, os homens se levantaram<br />

e se identificaram: Martín Vallejo, Alberto Martín,<br />

Isaac Viñals, Félix Palomero, Juan Sáez Casado e Arcadio<br />

Lucas – o corajoso que deu o primeiro grito na Plaza Mayor.<br />

Projetada para abrigar até duas pessoas, cada cela media quatro<br />

metros quadrados e tinha um beliche de metal, um sanitário<br />

e uma pia. Durante o período da Guerra Civil Espanhola<br />

e para comportar os presos que chegavam diariamente tiraram<br />

a maioria das camas. Dessa forma, em cada cela ficavam<br />

amontoadas até treze pessoas. Livre mesmo estavam as baratas<br />

e os piolhos que circulavam pelas dependências. Sem<br />

camas, os prisioneiros apenas dormiam sobre uma manta,<br />

que durante o dia ficava enrolada para ganharem mais espaço.<br />

Passavam as noites com as cabeças nos pés do outro e<br />

encostados nas paredes úmidas.<br />

Os dias na prisão eram todos iguais. Levantavam-se às 7h,<br />

junto com o despertar do sol. Em seguida, eram encaminha-<br />

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