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ECOS DO TIRO NA PRACA

Os tiros disparados a esmo na Plaza Mayor da cidade de Salamanca, na Espanha, fizeram as primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola, em 19 de julho de 1936. Oitenta anos após o início do conflito, considerado um dos mais hediondos da Europa, as consequências desta tragédia ainda ecoam na história dos moradores da cidade. Principalmente na vida dos três protagonistas dessa obra, que, ainda crianças, tiveram seus pais assassinados durante o regime franquista. Em depoimentos comoventes, os três filhos recordam o passado conturbado e mostram que é possível lutar por justiça sem derramar mais sangue.

Os tiros disparados a esmo na Plaza Mayor da cidade de Salamanca, na Espanha, fizeram as primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola, em 19 de julho de 1936. Oitenta anos após o início do conflito, considerado um dos mais hediondos da Europa, as consequências desta tragédia ainda ecoam na história dos moradores da cidade. Principalmente na vida dos três protagonistas dessa obra, que, ainda crianças, tiveram seus pais assassinados durante o regime franquista. Em depoimentos comoventes, os três filhos recordam o passado conturbado e mostram que é possível lutar por justiça sem derramar mais sangue.

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mãe, que gesticulava agitadamente as convidando a levantar.<br />

Elas, com os olhinhos pregados de sono tentavam se acomodar<br />

nos travesseiros, evitando atender o pedido. Mesmo com<br />

dó de atrapalhar o descanso das meninas, Jesusa insistiu, da<br />

maneira mais suave que pode:<br />

– Bom dia, meus amores. Levantem. Vocês precisam se arrumar<br />

porque hoje faremos uma viagem.<br />

Jesusa também tentou parecer animada para esconder a preocupação<br />

com o que estava por vir. A ideia de viajar em família<br />

deu certo. Emília e Concepción venceram a preguiça<br />

e começaram a perguntar para onde iriam. Enquanto isso,<br />

a mãe colocava algumas mudas de roupa em uma maleta.<br />

Com os travesseiros nas mãos, as meninas entraram no carro<br />

e partiram para o abrigo temporário, que ficava a menos de<br />

uma hora da casa da família.<br />

Na casa da tia, as meninas tiveram de encontrar um novo<br />

lugar para brincar. O jardim mágico que lhes proporcionava<br />

tantos momentos de divertimento nas férias havia ficado<br />

para trás, junto com muitos outros brinquedos. Elas não<br />

imaginavam que, ainda que estivessem em casa, naquelas circunstâncias,<br />

estariam proibidas de brincarem fora de casa,<br />

ainda que fosse no quintal. Mesmo para duas crianças criativas,<br />

de nove e onze anos, foi complicado encontrar diversão<br />

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