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ECOS DO TIRO NA PRACA

Os tiros disparados a esmo na Plaza Mayor da cidade de Salamanca, na Espanha, fizeram as primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola, em 19 de julho de 1936. Oitenta anos após o início do conflito, considerado um dos mais hediondos da Europa, as consequências desta tragédia ainda ecoam na história dos moradores da cidade. Principalmente na vida dos três protagonistas dessa obra, que, ainda crianças, tiveram seus pais assassinados durante o regime franquista. Em depoimentos comoventes, os três filhos recordam o passado conturbado e mostram que é possível lutar por justiça sem derramar mais sangue.

Os tiros disparados a esmo na Plaza Mayor da cidade de Salamanca, na Espanha, fizeram as primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola, em 19 de julho de 1936. Oitenta anos após o início do conflito, considerado um dos mais hediondos da Europa, as consequências desta tragédia ainda ecoam na história dos moradores da cidade. Principalmente na vida dos três protagonistas dessa obra, que, ainda crianças, tiveram seus pais assassinados durante o regime franquista. Em depoimentos comoventes, os três filhos recordam o passado conturbado e mostram que é possível lutar por justiça sem derramar mais sangue.

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Os filhos também seguiram seus caminhos, bem diferente<br />

do que Emília havia imaginado. Assim como as datas do<br />

nascimento, os dias dos casamentos são relembrados por<br />

ela, até hoje. Josefa casou-se aos 27 anos, em 17 de outubro<br />

de 1971. Tomás em 25 de fevereiro de 1984, com<br />

37 anos. E Gloria não quis se casar “porque diz que nela<br />

ninguém manda”.<br />

Cada um é de um jeito e a vida acabou os afastando.<br />

“Eram muito apegados, mas quando casaram, ah como<br />

mudaram”. Essa é uma de suas preocupações. A mais velha<br />

herdou o caráter de Emília: dá um soco na mesa e<br />

a discussão logo acaba, mas em seguida é dócil. “Se eu<br />

te ofendo em um momento de cabeça quente, eu mesma<br />

te procuro depois e me desculpo. Porque há pessoas que<br />

te fazem mal e não reconhecem”, é uma das crenças de<br />

Emília. Atualmente, Josefa vive com o marido em Ponferrada,<br />

cidade a 2h30 de Salamanca, e de vez em quando<br />

visita a mãe. A primogênita tem uma filha, de 30 anos, que<br />

se casou recentemente porque estava grávida. A bisneta<br />

se chama Gloria, como sua caçula. O filho Tomás vive<br />

em Salamanca e, às vezes, passa para ver a mãe. É com<br />

Gloria que Emília permanece a maior parte do tempo, já<br />

que agora vivem juntas em um apartamento próximo a<br />

Avenida Mirat.<br />

Emília Rodriguez Fernandez • 151

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