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ECOS DO TIRO NA PRACA

Os tiros disparados a esmo na Plaza Mayor da cidade de Salamanca, na Espanha, fizeram as primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola, em 19 de julho de 1936. Oitenta anos após o início do conflito, considerado um dos mais hediondos da Europa, as consequências desta tragédia ainda ecoam na história dos moradores da cidade. Principalmente na vida dos três protagonistas dessa obra, que, ainda crianças, tiveram seus pais assassinados durante o regime franquista. Em depoimentos comoventes, os três filhos recordam o passado conturbado e mostram que é possível lutar por justiça sem derramar mais sangue.

Os tiros disparados a esmo na Plaza Mayor da cidade de Salamanca, na Espanha, fizeram as primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola, em 19 de julho de 1936. Oitenta anos após o início do conflito, considerado um dos mais hediondos da Europa, as consequências desta tragédia ainda ecoam na história dos moradores da cidade. Principalmente na vida dos três protagonistas dessa obra, que, ainda crianças, tiveram seus pais assassinados durante o regime franquista. Em depoimentos comoventes, os três filhos recordam o passado conturbado e mostram que é possível lutar por justiça sem derramar mais sangue.

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<strong>NA</strong> PLATAFORMA <strong>DO</strong> PASSA<strong>DO</strong><br />

José Pascual Mateos, o Pepe<br />

O<br />

antigo edifício em que mora Pepe fica a poucos<br />

metros da estação de trem de Salamanca. A proximidade<br />

permite escutar o vai e vem dos vagões<br />

– sons que ecoam como uma trilha sonora de suas lembranças,<br />

levadas a quilômetros por hora até se chocarem ao seu<br />

encontro. José Pascual Mateos, o extenso nome é conhecido<br />

apenas em sua certidão de nascimento, os familiares e amigos<br />

o tratam pelo apelido carinhoso. Hoje, aos 89 anos, Pepe está<br />

aposentado do ofício de maquinista, que exerceu por mais da<br />

metade de sua vida. Mesmo responsável por conduzir milhares<br />

de passageiros aos respectivos destinos, ele tinha consciência<br />

de que seu próprio caminho não estava em suas mãos.<br />

Aos nove anos, em 1936, uma freada brusca redefiniu o rumo<br />

de sua trajetória: o pai foi levado pela guerra e seu paradeiro<br />

ficou desconhecido por quase seis décadas. A dor da ausência<br />

e a esperança pelo reencontro o acompanharam em diferentes<br />

passagens da vida, mas não foram os únicos impulsos na viagem<br />

para descobrir o destino de seu pai. Ao longo do tempo,<br />

recebeu apoio da esposa, dos filhos e de amigos.<br />

Antes de Pepe chegar à plataforma da vida, em 6 de junho<br />

José Pascual Mateos, o Pepe • 75

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