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ECOS DO TIRO NA PRACA

Os tiros disparados a esmo na Plaza Mayor da cidade de Salamanca, na Espanha, fizeram as primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola, em 19 de julho de 1936. Oitenta anos após o início do conflito, considerado um dos mais hediondos da Europa, as consequências desta tragédia ainda ecoam na história dos moradores da cidade. Principalmente na vida dos três protagonistas dessa obra, que, ainda crianças, tiveram seus pais assassinados durante o regime franquista. Em depoimentos comoventes, os três filhos recordam o passado conturbado e mostram que é possível lutar por justiça sem derramar mais sangue.

Os tiros disparados a esmo na Plaza Mayor da cidade de Salamanca, na Espanha, fizeram as primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola, em 19 de julho de 1936. Oitenta anos após o início do conflito, considerado um dos mais hediondos da Europa, as consequências desta tragédia ainda ecoam na história dos moradores da cidade. Principalmente na vida dos três protagonistas dessa obra, que, ainda crianças, tiveram seus pais assassinados durante o regime franquista. Em depoimentos comoventes, os três filhos recordam o passado conturbado e mostram que é possível lutar por justiça sem derramar mais sangue.

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além de procurar um casamento. Não era de nada ruim a ideia<br />

de que alguém trouxesse mais amor à sua vida. Construir uma<br />

família dela poderia ser a solução para seus problemas, pensava.<br />

Uma amiga foi a responsável por apresentar Emília a seu<br />

futuro marido. Ela era sua antiga vizinha, alugava o segundo<br />

andar da casa de Daniel e Gloria, em Salamanca. Lá, morava<br />

com o marido, os filhos e o primo Tomás, um homem elegante<br />

que tinha 30 anos.<br />

Os cabelos negros com cachos nas pontas e os olhos cor de<br />

jabuticaba de Emília chamaram a atenção de Tomás assim que<br />

a viu em uma de suas visitas à amiga. Ele, que passou pela sala<br />

quando as moças tomavam um café, nem imaginava que seria<br />

fisgado pela jovem. A primeira vez em que ele reparou nela definiu<br />

uma nova fase na vida de Emília. Depois de um breve<br />

namoro de poucos meses, marcaram a data do casamento. Tomás<br />

já tinha idade suficiente para não esperar mais nada. Em 22<br />

de julho de 1943, subiram ao altar. Ela não se casava por uma<br />

paixão arrebatadora, mas não hesitou ao dizer “sim, eu quero”.<br />

Queria um futuro melhor dali em diante e depositava suas esperanças<br />

em Tomás, um homem que intuía ser um bom pai para<br />

seus filhos e alguém para preencher a solidão de seus dias.<br />

Após a união, o casal alugou uma casa em Salamanca para morar.<br />

Lá também ficava o negócio da família, uma padaria que os<br />

Emília Rodriguez Fernandez • 133

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