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ECOS DO TIRO NA PRACA

Os tiros disparados a esmo na Plaza Mayor da cidade de Salamanca, na Espanha, fizeram as primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola, em 19 de julho de 1936. Oitenta anos após o início do conflito, considerado um dos mais hediondos da Europa, as consequências desta tragédia ainda ecoam na história dos moradores da cidade. Principalmente na vida dos três protagonistas dessa obra, que, ainda crianças, tiveram seus pais assassinados durante o regime franquista. Em depoimentos comoventes, os três filhos recordam o passado conturbado e mostram que é possível lutar por justiça sem derramar mais sangue.

Os tiros disparados a esmo na Plaza Mayor da cidade de Salamanca, na Espanha, fizeram as primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola, em 19 de julho de 1936. Oitenta anos após o início do conflito, considerado um dos mais hediondos da Europa, as consequências desta tragédia ainda ecoam na história dos moradores da cidade. Principalmente na vida dos três protagonistas dessa obra, que, ainda crianças, tiveram seus pais assassinados durante o regime franquista. Em depoimentos comoventes, os três filhos recordam o passado conturbado e mostram que é possível lutar por justiça sem derramar mais sangue.

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cruzaram seu caminho. O mesmo funcionário com quem falou<br />

ao telefone convidou Pepe e o novo amigo para tomarem<br />

um café em Pelabravo e os avisou que uma surpresa os<br />

aguardava. Partiram de Salamanca rumo ao povoado onde<br />

haviam combinado o encontro, que aconteceu por volta das<br />

16h de uma quinta-feira.<br />

Na época da guerra, o funcionário tinha doze anos, idade<br />

suficiente para, mesmo décadas depois, lembrar-se dos caminhões<br />

lotados com presos que eram levados da prisão para<br />

o cemitério, onde seriam fuzilados. E também dos gritos de<br />

desespero e dos disparos que ouviu frequentemente.<br />

– Os mortos eram enterrados numa parte separada, no fundo<br />

do cemitério, sem identificações, como se fossem demônios<br />

– assegurou.<br />

Após alguns minutos de conversa, o senhor se levantou para<br />

receber outro homem, aparentemente mais velho e cansado,<br />

que entrava no estabelecimento. Essa era a surpresa que o<br />

funcionário do Tribunal de Justiça de Pelabravo havia preparado:<br />

o encontro com o coveiro das vítimas da guerra.<br />

Durante o período em que a Espanha enfrentava o conflito,<br />

aquele senhor era um jovem de dezessete anos que vivia em<br />

Pelabravo. Como ainda não havia completado a maiorida-<br />

José Pascual Mateos, o Pepe • 103

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