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ECOS DO TIRO NA PRACA

Os tiros disparados a esmo na Plaza Mayor da cidade de Salamanca, na Espanha, fizeram as primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola, em 19 de julho de 1936. Oitenta anos após o início do conflito, considerado um dos mais hediondos da Europa, as consequências desta tragédia ainda ecoam na história dos moradores da cidade. Principalmente na vida dos três protagonistas dessa obra, que, ainda crianças, tiveram seus pais assassinados durante o regime franquista. Em depoimentos comoventes, os três filhos recordam o passado conturbado e mostram que é possível lutar por justiça sem derramar mais sangue.

Os tiros disparados a esmo na Plaza Mayor da cidade de Salamanca, na Espanha, fizeram as primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola, em 19 de julho de 1936. Oitenta anos após o início do conflito, considerado um dos mais hediondos da Europa, as consequências desta tragédia ainda ecoam na história dos moradores da cidade. Principalmente na vida dos três protagonistas dessa obra, que, ainda crianças, tiveram seus pais assassinados durante o regime franquista. Em depoimentos comoventes, os três filhos recordam o passado conturbado e mostram que é possível lutar por justiça sem derramar mais sangue.

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E reforçavam seu repúdio aos militares fascistas:<br />

– Assassinos, assassinos!<br />

Em menos de trinta minutos, o caminhão chegou ao destino<br />

final. Juan e os companheiros foram conduzidos até uma<br />

parede e posicionados a poucos metros do pelotão de fuzilamento.<br />

Enquanto carregavam os fuzis, os militares ofereceram-lhes<br />

o “privilégio” de cobrirem os olhos com uma<br />

venda. Nenhum deles aceitou.<br />

– Preparar!<br />

O sol começava a surgir no horizonte.<br />

– Apontar!<br />

A claridade tornava mais difícil permanecer com os olhos<br />

abertos, mas os condenados não os fecharam.<br />

– Viva a República! Viva a Revolução Social!<br />

– Fogo!<br />

Se não bastasse o disparo, os militares ainda faziam o que<br />

ficou conhecido como “tiros de graça”, tiros à queima-roupa<br />

Luís Calvo Rengel • 59

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