31.05.2016 Views

ECOS DO TIRO NA PRACA

Os tiros disparados a esmo na Plaza Mayor da cidade de Salamanca, na Espanha, fizeram as primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola, em 19 de julho de 1936. Oitenta anos após o início do conflito, considerado um dos mais hediondos da Europa, as consequências desta tragédia ainda ecoam na história dos moradores da cidade. Principalmente na vida dos três protagonistas dessa obra, que, ainda crianças, tiveram seus pais assassinados durante o regime franquista. Em depoimentos comoventes, os três filhos recordam o passado conturbado e mostram que é possível lutar por justiça sem derramar mais sangue.

Os tiros disparados a esmo na Plaza Mayor da cidade de Salamanca, na Espanha, fizeram as primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola, em 19 de julho de 1936. Oitenta anos após o início do conflito, considerado um dos mais hediondos da Europa, as consequências desta tragédia ainda ecoam na história dos moradores da cidade. Principalmente na vida dos três protagonistas dessa obra, que, ainda crianças, tiveram seus pais assassinados durante o regime franquista. Em depoimentos comoventes, os três filhos recordam o passado conturbado e mostram que é possível lutar por justiça sem derramar mais sangue.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

pela manhã e aproveitava as horas livres para brincar com os<br />

amigos do bairro e também com o caçula Luís, que ainda não<br />

estudava. O final de semana era o momento da família estar<br />

toda reunida. Aos domingos, o pai aproveitava a folga do<br />

trabalho diurno para levar os meninos ao tradicional almoço<br />

na casa dos avós paternos, que viviam a poucos quarteirões,<br />

na rua Libreros, número 27, 3º andar. Após a refeição, seguiam<br />

o costume espanhol de fazer a siesta, aquela soneca<br />

depois do almoço. Pela tarde, passeavam pelo Parque de la<br />

Alamedilla ou faziam piqueniques à beira do rio Tormes, nas<br />

proximidades da Ponte Romano.<br />

De repente, a vida tranquila que conheciam deixou de existir.<br />

A manhã de 19 de julho de 1936 até começou como um típico<br />

domingo em Salamanca. Remedios, então com 32 anos,<br />

arrumou os dois filhos para que o marido os levasse ao almoço<br />

na casa dos avós. Quinze minutos antes do meio-dia,<br />

Juan e os meninos já estavam de saída. Enquanto caminhava<br />

agarrado à mão do pai, Luís se distraía com a beleza do sol<br />

passando por entre as folhas das árvores e tentava não pisar<br />

nas linhas do chão de paralelepípedo, um de seus passatempos<br />

favoritos.<br />

Antes de virarem a esquina em direção a Plaza Mayor, quando<br />

passavam em frente ao prédio da Telefónica, que até hoje<br />

se encontra na Plaza de los Bandos, os três se depararam<br />

38

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!