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ECOS DO TIRO NA PRACA

Os tiros disparados a esmo na Plaza Mayor da cidade de Salamanca, na Espanha, fizeram as primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola, em 19 de julho de 1936. Oitenta anos após o início do conflito, considerado um dos mais hediondos da Europa, as consequências desta tragédia ainda ecoam na história dos moradores da cidade. Principalmente na vida dos três protagonistas dessa obra, que, ainda crianças, tiveram seus pais assassinados durante o regime franquista. Em depoimentos comoventes, os três filhos recordam o passado conturbado e mostram que é possível lutar por justiça sem derramar mais sangue.

Os tiros disparados a esmo na Plaza Mayor da cidade de Salamanca, na Espanha, fizeram as primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola, em 19 de julho de 1936. Oitenta anos após o início do conflito, considerado um dos mais hediondos da Europa, as consequências desta tragédia ainda ecoam na história dos moradores da cidade. Principalmente na vida dos três protagonistas dessa obra, que, ainda crianças, tiveram seus pais assassinados durante o regime franquista. Em depoimentos comoventes, os três filhos recordam o passado conturbado e mostram que é possível lutar por justiça sem derramar mais sangue.

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matam! nos matam!”. Diante da cena apavorante, Remedios<br />

só conseguia pensar no marido e nos filhos. Na porta de entrada,<br />

esperava aflita com o terço agarrado à mão, tentando<br />

identificar os rostos familiares na multidão. Graças a Deus,<br />

eles logo surgiram no final da rua.<br />

Enquanto Juan e Miguel recuperavam o fôlego, o pequeno<br />

Luís chorava. Logo em seguida, o sapateiro da loja vizinha<br />

chegou esbaforido e contou o que havia presenciado a um<br />

grupo de moradores atentos e horrorizados:<br />

“Os militares dominaram a Plaza Mayor. A Espanha está em<br />

guerra. O tenente Marcelino Velasco que a declarou. Não<br />

deu para escutar de tanto burburinho do povo. Mas ele continuou<br />

falando. Cada vez mais alto. Um jovem socialista, foi<br />

o Arcadio Lucas, deu um grito de ‘Viva a República!’. A coragem<br />

do rapaz motivou mais vivas. O tenente ficou possesso<br />

e deu ordem para atirarem. Todo mundo começou a correr<br />

para todos os lados tentando sair da praça o mais rápido possível.<br />

Foi horrível”.<br />

Devido às circunstâncias alarmantes, Juan recomendou que<br />

todos se recolhessem em suas casas e não saíssem até que a<br />

situação se acalmasse. Naquele domingo, ele não levou os<br />

meninos ao tradicional almoço com os avós e a família não<br />

teve tranquilidade para fazer a siesta. Também não houve<br />

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