31.05.2016 Views

ECOS DO TIRO NA PRACA

Os tiros disparados a esmo na Plaza Mayor da cidade de Salamanca, na Espanha, fizeram as primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola, em 19 de julho de 1936. Oitenta anos após o início do conflito, considerado um dos mais hediondos da Europa, as consequências desta tragédia ainda ecoam na história dos moradores da cidade. Principalmente na vida dos três protagonistas dessa obra, que, ainda crianças, tiveram seus pais assassinados durante o regime franquista. Em depoimentos comoventes, os três filhos recordam o passado conturbado e mostram que é possível lutar por justiça sem derramar mais sangue.

Os tiros disparados a esmo na Plaza Mayor da cidade de Salamanca, na Espanha, fizeram as primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola, em 19 de julho de 1936. Oitenta anos após o início do conflito, considerado um dos mais hediondos da Europa, as consequências desta tragédia ainda ecoam na história dos moradores da cidade. Principalmente na vida dos três protagonistas dessa obra, que, ainda crianças, tiveram seus pais assassinados durante o regime franquista. Em depoimentos comoventes, os três filhos recordam o passado conturbado e mostram que é possível lutar por justiça sem derramar mais sangue.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

entraram as tropas nacionalistas que vinham de Marrocos, já<br />

havia sido dominada. Como um dominó desenfreado, Córdoba,<br />

Granada, Cádiz, Valladolid, Segóvia, Pamplona e Zaragoza,<br />

além de toda a região da Galícia, ao norte do país,<br />

também estavam se rendendo ao nacionalismo de Franco. A<br />

única esperança estava nas grandes cidades, Madri e Barcelona,<br />

que ainda resistiam à tomada do poder.<br />

Terminado o informe do locutor, um a um eles foram deixando<br />

o edifício para voltarem a suas casas. Juan chegou só<br />

pelas 9h, três horas depois do horário habitual. Passou pela<br />

porta e logo encontrou Remedios com os braços cruzados<br />

esperando uma explicação pelo atraso. Enquanto a esposa<br />

observava Luís esmigalhar o pedaço de pão sujando toda a<br />

mesa do café da manhã, o marido justificou a atitude, dizendo<br />

que precisava encontrar seus companheiros do partido<br />

para se inteirar sobre a dimensão dos acontecimentos e assim,<br />

decidir a melhor maneira de agir.<br />

– Acreditam que logo vão começar a prender “a gente de<br />

esquerda” – comentou com a esposa, preocupado.<br />

Mesmo inquieto, Juan foi ao quarto e tentou descansar já<br />

que não havia dormido nas últimas 24 horas. Conseguiu<br />

tirar um cochilo até Remedios avisá-lo que o almoço estava<br />

servido. Após a refeição, disse à esposa que, novamente,<br />

44

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!