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ECOS DO TIRO NA PRACA

Os tiros disparados a esmo na Plaza Mayor da cidade de Salamanca, na Espanha, fizeram as primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola, em 19 de julho de 1936. Oitenta anos após o início do conflito, considerado um dos mais hediondos da Europa, as consequências desta tragédia ainda ecoam na história dos moradores da cidade. Principalmente na vida dos três protagonistas dessa obra, que, ainda crianças, tiveram seus pais assassinados durante o regime franquista. Em depoimentos comoventes, os três filhos recordam o passado conturbado e mostram que é possível lutar por justiça sem derramar mais sangue.

Os tiros disparados a esmo na Plaza Mayor da cidade de Salamanca, na Espanha, fizeram as primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola, em 19 de julho de 1936. Oitenta anos após o início do conflito, considerado um dos mais hediondos da Europa, as consequências desta tragédia ainda ecoam na história dos moradores da cidade. Principalmente na vida dos três protagonistas dessa obra, que, ainda crianças, tiveram seus pais assassinados durante o regime franquista. Em depoimentos comoventes, os três filhos recordam o passado conturbado e mostram que é possível lutar por justiça sem derramar mais sangue.

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dois decidiram abrir juntos. Montaram toda a estrutura no cômodo<br />

em que a janela abria para a rua. Enquanto Tomás cuidava<br />

do abastecimento do estoque, Emília trabalhava no escritório<br />

fazendo contas e coordenando os funcionários que faziam as<br />

entregas. A vida amorosa, porém, não era boa como a parceria<br />

nos negócios. Os quinze anos de diferença entre os dois dificultavam<br />

ainda mais a convivência. Às vezes, Tomás a tratava<br />

como uma menina e fazia com que os anos que os separavam<br />

parecessem séculos. Em outras, a jovem conseguia demostrar a<br />

mulher que havia se tornado quando ainda criança.<br />

Antes mesmo de completar um ano de casamento, já aguardavam<br />

a chegada de uma filha. A boa notícia de que uma<br />

criança estava a caminho enchia a casa de esperança e alegria.<br />

Mesmo mais de seis décadas depois, quando questionada sobre<br />

o dia do nascimento de seus três filhos, Emília não confunde<br />

as datas. “Josefa nasceu dia 15 de maio de 1944, quinze<br />

dias antes do previsto. Tomás chegou no dia certo: 5 de abril<br />

de 1947. E Gloria, veio com sete meses, em 8 de maio de<br />

1950” . As memórias da época em que eles eram pequenos<br />

são doces. A caçula era serelepe, saltava enquanto caminhava<br />

e Emília tinha que sair correndo atrás dela. Quando o filho<br />

tinha seis anos e Gloria, 3, mesmo pequenina ela já vencia<br />

as brincadeiras dele. Josefa, a primogênita, se deixava levar<br />

pelos jogos imaginados pelos irmãos. Enquanto ela estava<br />

no colégio, Gloria e Tomás ficavam com Emília, que preci-<br />

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